Em Barbados, país insular soberano nas Pequenas Antilhas, existe um mistério histórico desde que os primeiros colonos ingleses chegaram em 1627.
À chegada, os exploradores encontraram o que pensavam ser uma vara de porcos europeus selvagens. No entanto, uma recente descoberta feita por uma arqueóloga da Simon Fraser University está a lançar uma nova luz sobre o assunto.
Christina Giovas descobriu a mandíbula de um Tayassuidae, um mamífero sul-americano que se parece com um porco selvagem, enquanto fazia investigações para um projeto maior sobre introduções pré-históricas de animais nas Caraíbas.
“Não dei muita atenção no momento, mas simplesmente recolhi-o juntamente com outros ossos”, disse Giovas, principal autora de um estudo publicado a 14 de maio na revista PLOS ONE. “Foi completamente inesperado e, sinceramente, pensei que devia ter cometido um erro com a identificação da espécie.”
A investigadora e os seus colaboradores George Kamenov e John Krigbaum, da Universidade da Florida, nos EUA, dataram por radiocarbono o osso e conduziram análises de isótopos de estrôncio para determinar a idade e se o animal tinhas nascido em Barbados ou se tinha sido importado de outro lugar.
Os resultados mostraram que o animal era local e datado entre 1645 e 1670, altura em que os ingleses escreveram relatos sobre encontrar porcos selvagens da Europa na ilha das Caraíbas. Os investigadores não só puderam mostrar que houve uma introdução histórica de Tayassuidae anteriormente não detetada, mas que os mapas comemorativos mais antigos da região mostravam estes animais, que tinham sido confundidos com porcos selvagens pelos ingleses.
Giovas disse, em comunicado, que as descobertas superam a história colonial aceite por Barbados e refletem a rapidez com que os europeus começaram a alterar os ambientes do Novo Mundo, alterando as distribuições de espécies.
“Verificando registos históricos e arqueológicos, determinamos que a fonte mais provável de introdução de porcos era de navios espanhóis ou portugueses que atravessavam a ilha no século XVI – e muito provavelmente deixados como fonte de carne para futuros marinheiros visitantes”, rematou.