Alterações climáticas. Guterres alerta para a erosão da vontade política

André Kosters / Lusa

O ex-primeiro-ministro e atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres

António Guterres disse que a vontade política para combater as alterações climáticas parece estar a enfraquecer.

Numa visita à Nova Zelândia, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que a vontade política para combater as alterações climáticas parece estar a enfraquecer, ao mesmo tempo que a situação vai piorando para os que sentem os seus efeitos.

Guterres falava aos jornalistas no momento da chegada ao país, este domingo, como parte de um roteiro pelo Pacífico Sul para destacar os problemas causados pelas mudanças climáticas.

“Vemos em toda a parte a demonstração óbvia de que não estamos no caminho certo para atingir as metas estabelecidas pelo acordo de Paris”, disse o secretário-geral, citado pela agência France-Presse.

O pacto, assinado por 195 países-membros da ONU, tem o objetivo de conter o aquecimento global abaixo de dois graus celsius. “E o paradoxo é que, quando as coisas pioram, as medidas políticas parecem estar a recuar“, acrescentou, numa conferência de imprensa em Auckland, com a primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern.

Em Christchurch, António Guterres também se reunirá com líderes muçulmanos após o massacre de 51 fiéis em março, mortos por um atirador que atacou duas mesquitas durante as orações de sexta-feira.

O secretário-geral da ONU afirmou que costuma visitar um país muçulmano durante o mês sagrado do Ramadão, mas que este ano decidiu visitar os muçulmanos na Nova Zelândia como um tributo à sua coragem e resistência, demonstrando admiração pela solidariedade mostrada no país após o ataque.

Guterres elogiou ainda a primeira-ministra da Nova Zelândia por ajudar a implementar novas leis de controlo de armas e por instar outros líderes mundiais e empresas de tecnologia a encontrem uma maneira de evitar que atos de extremismo sejam mostrados online, como aconteceu com o ataque de março.

ZAP // Lusa

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