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Chineses sacrificavam e enterravam consigo cães bebés (e ninguém sabe porquê)

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Túmulo em Zhengzhou, na China.

Cães bebés eram enterrados com chineses da Dinastia Shang, há mais de três mil anos atrás. O estudo mostra que alguns destes animais eram enterrados vivos.

A Dinastia Shang, na China, durou entre 1600 a.C. e 1050 a.C. Durante este período era comum o sacrifício de animais e humanos para apaziguar os espíritos dos seus ancestrais. Um estudo publicado, em março, na revista Archaeological Research in Asia mostra que estes chineses encontraram nos cães o seu parceiro preferido para os acompanhar na morte.

“Embora à primeira vista pareça uma coisa horrível matar um filhote de cão e colocá-lo no túmulo, é na verdade uma janela para o complexo mundo das relações entre humanos e animais”, disse Roderick Campbell, arqueólogo da Universidade de Nova Iorque e co-autor do estudo.

A teoria dos cientistas é que os cães eram sacrificados para que espiritualmente acompanhassem os seus donos no além. Contudo, as descobertas do mais recente estudo parecem não comprovar esta ideia.

A equipa de investigadores analisou os relatórios arqueológicos chineses e cerca de 2 mil túmulos da era Shang e descobriram que os cães eram enterrados predominantemente quando eram ainda pequenos. Um terço desses túmulos continha um pequeno buraco cavado por debaixo do caixão, no qual estava o cão.

Campbell diz que os filhotes poderiam ter vindo do equivalente a um criador de cães da Dinastia Shang. As razões pelas quais usavam cães bebés e não cães adultos permanece um mistério para os investigadores. Campbell explica que pode ser devido a uma “miniaturizaçãodas oferendas nos túmulos que se assistiu ao longo daquela era.

Na altura, esta mudança permitiu tornar as oferendas mais acessíveis às pessoas de parcos recursos e, segundo esta teoria, o uso de cães bebés teria sido uma alternativa mais barata do que cães adultos.

(dr) Roderick Campbell

Túmulo com cães bebés sacrificados na Dinastia Shang.

“Se deixarmos os cães crescerem, é preciso cuidar deles”, disse Angela Perri, investigadora de pós-doutoramento em arqueologia na Universidade de Durham, no Reino Unido. Apesar de não ter participado no estudo, Perri estuda enterros de cães e acredita que estes podem ter tido um significado simbólico, representando a inocência juvenil.

A Dinastia Shang não é única e outras sociedades também sacrificaram cães durante a sua história. Os hititas sacrificavam ritualmente os filhotes de cães e não os adultos. Num bizarro caso descoberto por arqueólogos, decapitaram uma das crias e colocaram a cabeça entre as patas traseiras.

“Esta é uma sociedade em que o sacrifício humano, bem como o de vários tipos de animais, era comum. Por isso a ideia de sacrificar uma vida num ritual é muito familiar para eles”, explicou Campbell, citado pela Scientific American.

Calcula-se que o rei Wu Ding pode ter sacrificado até 15 mil humanos, incluindo algum gado e cães. De acordo com Campbell, este ato do rei chinês, que governou entre 1324 a.C. e 1266 a.C., pode ter aumentado o seu poder na altura.

ZAP //

3 Comments

  1. Ainda bem que a disnatia que sucedeu (Zhou) já só sacrificava criminosos e estátuas, se não acho que não subrava nada na China

  2. Em relação a este povo, não há nada para depreender para além de que este povo não tem nada onde seria suposto ter um coração.
    Ainda hoje são assim na sua grande maioria.
    Os animais para eles não valem de nada, são apenas meios para obterem os seus caprichos.

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