O ministro do Interior italiano e líder da Liga, Matteo Salvini, afirmou este sábado que gostaria que os bibes fossem obrigatórios nas escolas, como forma de implementar “ordem e disciplina”, o que gerou polémica.
Em causa está o facto de o uniforme escolar obrigatório em Itália remeter aos tempos de Mussolini, segundo a agência de notícias espanhola Efe.
“Gostaria que o bibe voltasse a ser obrigatório“, disse Salvini em Pisa, na região da Toscana, sustentando que esta medida permitiria evitar que houvesse “crianças com uma camisola de 700 euros” e outras com roupa em terceira mão.
“Sei que existirá quem grite aos sete ventos que faz lembrar o ‘Duce’ [Mussolini], mas, um país melhor constrói-se também com ordem e disciplina”, advogou o ministro.
Perante as afirmações de Matteo Salvini, o presidente da associação nacional de diretores de escolas, Antonello Giannelli, também citado pela Efe, considerou que o uniforme obrigatório não é algo prioritário. “Voltar a impor o bibe obrigatório é possível, mas a emergência agora nas escolas é outra”, continuou o responsável, assinalando que “os centros escolares têm de ser inspecionados para ver se o chão e os tetos não apresentam problemas, porque a cada semana cai alguma coisa”.
Por seu turno, o presidente da Toscana, Enrico Rossi, apontou que “o problema da igualdade e do acesso aos estudos não se resolve com a roupa”, e criticou que o também vice-presidente do Governo italiano fale de “ordem e disciplina”, uma vez que este era “um dos muitos ‘slogans’ da propaganda fascista”.
Matteo Salvini também avançou que o executivo italiano está a preparar uma lei para colocar câmaras de vídeo nas escolas, incluindo nas escolas secundárias, o que, segundo o governante, vai “defender os professores dos imbecis mal-educados”.
ZAP // Lusa