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Empresa australiana dá a quarta-feira de folga aos funcionários (todas as semanas)

A agência de marketing australiana Versa está há quase um ano a dar quatro dias de trabalho por semana aos seus trabalhadores, mas a pagar cinco. À quarta-feira não se trabalha e o método parece estar a aumentar a produtividade.

Na Versa, os funcionários têm um horário de trabalho normal durante segunda e terça-feira, tiram a quarta-feira para si e retomam o trabalho quinta e sexta-feira, lê-se num artigo da Visão, divulgado na quarta-feira.

À quarta-feira, não se vai para a empresa nem se marcam reuniões. E, a não ser que haja um projeto urgente em mãos, não se atende o telefone. O que acham os trabalhadores deste método? Segundo Tiffany Schrauwen, coordenadora de projetos na Versa, adoram-no. “Toda a gente quer que resulte, porque adoramos a flexibilidade”, disse à BBC.

Segundo a Visão, Um intervalo a meio da semana dá aos funcionários a oportunidade de descansar, tirar tempo para a família, resolver problemas pessoais, marcar compromissos, ir ao ginásio, entre qualquer outra coisa com que queiram despender o seu tempo.

Para garantir o sucesso da quarta-feira livre, Tiffany Schrauwen reorganizou a sua equipa. Agora, os trabalhadores criam objetivos concretos para terminar até ao meio da semana, focam-se mais nas reuniões e sentem menos necessidade de interromper o trabalho durante o dia. A cada duas semanas, a empresa organiza inclusive uma reunião de revisão acerca do que correu bem naquele período e o que deve ser alterado no futuro.

A política foi implementada em julho do ano passado. Desde então, segundo Kath Blackham, diretora executiva da Versa, a produtividade subiu 46% e os lucros triplicaram.

A sua ideia sempre foi a de dirigir uma empresa de alta ‘performance’, que conseguisse respeitar a flexibilidade necessária dos trabalhadores. “O que me propus a provar foi que, numa das mais improváveis indústrias – uma industria de serviços conhecida pelos horários de trabalho prolongados – isto poderia funcionar através de uma ideia inovadora”, contou.

Porque quartas-feiras? Porque ao dividir a semana em duas “mini semanas2 faz com que os trabalhadores “voltem a quinta-feira frescos, e é neste dia que se sentem mais produtivos”, considerou Jarrod Haar, professor de gestão de recursos humanos na Auckland University of Technology, na Nova Zelândia.

Errefe / Wikimedia

Em investigações próprias, Jarrod Haar concluiu que os trabalhadores preferem a quarta-feira de folga de entre os outros dias úteis da semana.

Mais ainda, deixar os trabalhadores escolher o dia de folga tornaria pouco claro para os clientes quando poderiam contar com eles, e prolongar o fim-de-semana poderia diminuir a produtividade em vez de a aumentar, especulou Kath Blackham.

Para Andrew Barnes, diretor executivo da empresa de planeamento imobiliário Perpetual Guardian, a semana de trabalho de quatro dias é “uma causa cujo tempo chegou”. Andrew Barnes está a tentar acompanhar cerca de cinquenta outras empresas a adotar o método.

No entanto, nem sempre resulta: algumas ‘startups’ americanas tiveram de regressar à semana laboral de cinco dias após repararem que os empregados andavam mais stressados e a empresa se tornar menos competitiva em relação às concorrentes.

Noutras empresas, embora a produtividade aumentasse, os custos com empregados também aumentam exponencialmente, dada a necessidade de fazer mais contratações.

Em Portugal, a semana laboral é, por norma, de cinco dias. Existe um limite máximo de oito horas de trabalho diárias e de quarenta horas semanais, sendo que as entidades patronais podem optar por reduzir este horário.

TP, ZAP //

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