Um caranguejo pré-histórico que viveu nos mares há 95 milhões de anos e cujos fósseis foram encontrados em 2005 na Colômbia fornece novas informações sobre a evolução.
De acordo com um estudo publicado na revista Science Advances, o pequeno caranguejo, chamado Callichimaera perplexa, acabou por ser muito diferente dos seus parentes atuais. O animal era muito pequeno – media cerca de 2,5 centímetros de diâmetro -, as suas pernas eram achatadas como remos e tinha enormes olhos em forma de balão que saiam de sua cabeça, o que indica que o animal usava ativamente os órgãos visuais.
De acordo com investigadores liderados por Javier Luque, um paleontólogo da Universidade de Alberta, no Canadá. Além de se surpreenderem com a sua aparência, a criatura fez com que os cientistas “reconsiderassem o que é um caranguejo“, disse Luque. “Isto dá informações sobre como as novas formas corporais podem evoluir ao longo do tempo”, disse em entrevista ao The Washington Post.
Luque fez a descoberta em 2005 nas Montanhas da Pesca, no departamento de Boyacá, na Colômbia. Estudante de geologia de graduação na época, Luque disse que estava à procura de fósseis quando descobriu um verdadeiro tesouro de fósseis bem preservados, contendo camarões, lagostas e caranguejos.
A investigação fornece informações sobre uma criatura que é tão peculiar que foi apelidada de “o ornitorrinco do mundo dos caranguejos”, de acordo com um comunicado.
O caranguejo viveu no meio do Cretáceo, quando os dinossauros dominavam o planeta, as massas de terra estavam em movimento e os oceanos ainda adquiriam a sua forma atual. Com base na localização onde os fósseis foram encontrados, acredita-se que viveu no que hoje é a Colômbia, o norte da África e os EUA especificamente o estado de Wyoming.
O seu nome significa “bela e perplexa quimera”, uma alusão a uma criatura híbrida mitológica grega que tinha a cabeça de um leão, o corpo de uma cabra e a cauda de uma cobra. O animal terá usado os seus grandes olhos – e as suas poderosas garras – para caçar pequenos crustáceos. “Acreditamos que eram predadores ativos”, rematou Luque.