Amesterdão vai proibir as visitas guiadas ao Red Light District, o famoso “Bairro Vermelho” da cidade. A medida entrará em vigor a partir do dia 1 de janeiro de 2020 e abrange visitas guiadas pagas ou gratuitas.
Depois de se ter decidido que os turistas de visita ao Red Light District de Amesterdão teriam de estar de costas voltadas para as montras da rua enquanto ouviam as explicações dos respetivos guias, agora já nem visitas haverá.
A decisão foi tomada pela Câmara Municipal da cidade holandesa e anunciada na quarta-feira à noite. “As visitas são desrespeitosas para com as mulheres que ali estão. E já é hora de deixar de olhar para elas como uma atração turística”, afirmou o vereador Udo Kock, citado pelo Expresso.
No ano passado, estipulou-se que os turistas em visitas guiadas à zona teriam de estar de costas voltadas para as montras da rua enquanto ouviam as explicações dos guias e foram proibidas as fotografias às mulheres ali presentes, bem como qualquer tentativa de falar com elas. Vários vereadores sugeriram deslocar o Red Light District para outra zona da cidade, menos exposta, mas não houve qualquer decisão nesse sentido.
A medida agora anunciada abrange visitas guiadas pagas ou gratuitas e entrará em vigor a partir de 1 de janeiro de 2020. Em paralelo, a autarquia anunciou que vão passar a ser proibidas as visitas a bares daquela zona com o único propósito de consumir álcool – o chamado “pub crawl”.
As visitas guiadas a outras áreas de Amesterdão vão passar a ter um limite de 15 pessoas – antes era de 20 – e os guias vão ter de pedir uma autorização prévia à câmara e respeitar regras de comportamento específicas.
Pretende-se, assim, restringir o número de turistas no centro histórico da cidade. Este número subiu para 19 milhões em 2018 e espera-se que chegue aos 29 milhões em 2025. Para muitos residentes, tornou-se um pesadelo viver no centro da capital.
De acordo com um estudo realizado recentemente, 80% das trabalhadoras sexuais afirmaram que os turistas são maus para o negócio.