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Se quer um coração saudável, desligue a televisão e tome um bom pequeno-almoço

É conhecida como a refeição mais importante do dia e não é por acaso. Os hábitos de vida que seguimos diariamente têm um impacto direto na nossa saúde vascular.

Numa investigação recentemente apresentada na reunião anual do American College of Cardiology, Sotirios Tsalamandris, cardiologista e professor na Universidade de Atenas (Grécia), mostra que as mais pequenas e insignificantes escolhas do nosso dia-a-dia têm impacto no que toca à saúde do nosso coração.

Segundo o especialista, o estilo de vida é um fator de risco subvalorizado para doenças cardiovasculares. “Este estudo enfatiza os fatores que têm impacto sobre problemas cardíacos e mostra a necessidade de se tomar medidas preventivas”, esclarece.

Os cientistas analisaram dois fatores: o pequeno-almoço e quanto tempo investimos a ver televisão. Esta investigação grega analisou 2.000 adultos da região de Corinto, com idades compreendidas entre os 40 e os 99 anos, com uma idade média de 63. Entre os participantes estavam pessoas saudáveis, outros com risco de doença cardiovascular e alguns com doenças já diagnosticadas.

Os participantes responderam a vários questionários detalhados sobre os seus hábitos alimentares a atividade física e foram submetidos a dois testes não invasivos de forma a avaliar o estado das suas artérias e o risco de aterosclerose e acidente vascular cerebral (AVC).

No que diz respeito ao pequeno almoço, os participantes foram divididos em três grupos, de acordo com a quantidade de energia calórica diária obtida na primeira refeição do dia: alta energia (quando o pequeno-almoço forneceu mais de 20% das calorias diárias); baixa energia (entre 5 e 20% das calorias diárias) e ausência de pequeno-almoço (quando os participantes não tomaram a refeição ou quando forneceu menos de 5% das calorias diárias).

O EurekAlert adianta que 200 participantes ingeriram um pequeno-almoço de alta energia; quase 900 comeram um pequeno-almoço de baixa energia e 680 saltaram esta refeição.

Os cientistas descobriram que aqueles que comem um “forte” pequeno-almoço tentem a ter as artérias significativamente mais saudáveis do que aqueles que tomam um pequeno-almoço mais leve e aqueles que não o tomam de todo.

Tsalamandris aponta que “um pequeno-almoço completo e energético deve ser parte de um estilo de vida saudável” e que esta refeição supõe mais de 20% da ingestão calórica diária. O pequeno-almoço pode ter uma importância semelhante – ou até maior – do que seguir uma dieta mediterrânea, uma dieta com pouca gordura ou outro tipo de dieta.

Um pequeno-almoço energético é a maior arma

A investigação mostrou que a circulação arterial foi anormal em 15% daqueles que saltaram o café da manhã; 9,5% daqueles que comeram um pequeno-almoço de baixa energia e 8,7% daqueles que tomaram um pequeno-almoço rico em energia.

Além disso, os cientistas encontraram mais placas nas artérias carótidas de 28% das pessoas que não tomaram pequeno-almoço; 26% das pessoas que tomaram mas com menos calorias e 18% das que tomaram o pequeno-almoço mais energético.

O estudo mostra assim a associação direta entre um pequeno-almoço reforçado e uma melhor saúde cardiovascular. Este estudo não se sustenta nas causas, no entanto, estudos anteriores oferecem duas explicações plausíveis.

A primeira é que as pessoas que tomam um bom pequeno-almoço tendem a ter estilos de vida saudáveis. A segunda baseia-se nos benefícios para o coração provenientes dos ingredientes específicos deste tipo de pequeno-almoço – nomeadamente os lacticínios.

Desligue a televisão

A segunda parte da investigação concentrou-se em analisar o tempo que os participantes passavam sentados semanalmente em frente à televisão.

A equipa descobriu que aqueles que passavam mais tempo em frente à televisão – mais de 21 horas semanais – têm quase o dobro do risco de sofrer problemas cardiovasculares do que aqueles que passaram menos de sete horas por semana em frente ao aparelho.

Segundo Tsalamandris, a mensagem é clara: “Desligue a televisão e saia do sofá“, rejeitando assim um estilo de vida mais sedentário que irá prejudicar a saúde do seu coração. Mesmo atividades que envolvem um baixo gasto de energia, como sair com amigos ou fazer tarefas domésticas, podem ter um grande benefício para a sua saúde, alerta o investigador.

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo ocidental e, em grande medida, são evitáveis. Neste estudo recente, encontramos duas chaves muitos simples que devem ser convertidas em hábitos se quiser manter a saúde do seu coração: tome um bom pequeno-almoço e diga sim a uma vida mais ativa.

LM, ZAP //

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