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Banca duvida de valor das injeções de capital pedidas pelo Novo Banco

André Kosters / Lusa

As sucessivas e regulares transferências de capitais do Fundo de Resolução para o Novo Banco estão a gerar desconfiança junto da banca portuguesa, que injeta fundos no veículo com empréstimos do Estado.

De acordo com o jornal Público, que ouviu vários profissionais da banca, há receios de que esteja a ocorrer uma “brutal” transferência de verbas do Estado para as empresas de recuperação de créditos que negoceiam com o Novo Banco.

Os banqueiros ouvidos pelo diário têm dúvidas se os gestores de fundos do Novo Banco tentaram recuperar créditos problemáticos ou declararam-nos simplesmente como perdidos. Desta forma, o NB vendeu-os a desconto a empresas de recuperação de crédito, indo depois recorrer ao seguro do Governo dado que o mecanismo já está garantido.

“Pode estar em curso no Novo Banco uma brutal transferência de dinheiro dos contribuintes (que emprestam ao Fundo de Resolução) para as empresas de recuperação de créditos que estão a comprar a desconto os ativos que o Lone Star descarta”, aponta um dos responsáveis pelo sector financeiro contactados pelo matutino.

Nas contas do Novo Banco do último ano, recorda o Público, são mencionadas duas operações que representaram perdas de 234 milhões de euros: uma diz respeito à venda a fundos geridos pela sociedade Anchorage de uma carteira de ativos imobiliários, composta por cerca de nove mil imóveis; outra trata-se de um negócio com um consórcio de fundos geridos pela KKR Credit Advisors e com a LX Investment Partners II para a venda de uma carteira de crédito.

Ao todo, aponta ainda o jornal, o sector bancário já meteu no Novo Banco cerca de seis mil milhões de euros. O principal contribuinte é o banco público, Caixa Geral de Depósitos, pelo que os contribuintes perdem por esta via, sempre. Já os outros bancos, vão contabilizar prejuízos através das contribuições para o Fundo de Resolução.

ZAP //

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