Este ano, serão entregues dois prémios Nobel da Literatura. Isto depois de o prémio de ano passado não ter sido entregue devido escândalo que assolou a academia sueca.
“Haverá dois prémios Nobel como esperávamos. Também será entregue o prémio relativo ao ano passado”, declarou Anders Olsson, secretário provisório da Fundação Nobel ao site do jornal “Dagens Nyheter”.
Em maio do ano passado, a Academia Sueca anunciou o adiamento do Nobel de Literatura, algo que não acontecia há sete décadas. As razões foram a perda de “confiança” do mundo exterior na própria instituição e a crise que provocou a renúncia de alguns dos seus membros.
Academia Sueca levou a cabo reformas no seu funcionamento, para que este ano, pudesse entregar os dois prémios — um deles relativo ao ano transato.
“Estou muito contente por receber esta mensagem hoje, uma vez que podemos trabalhar com tranquilidade e saber que todos os membros do comité estarão mais motivados para o trabalho”, disse Olsson à agência sueca “TT”.
Ano passado, dezoito mulheres denunciaram ao “Dagens Nyheter” abusos de uma “personalidade cultural” próxima da Fundação Nobel, que depois foi identificada como o francês Jean-Claude Arnault, marido da membro da academia, Katarina Frostenson.
A instituição ordenou uma auditoria, que concluiu que houve fugas de informação e que o apoio económico recebido pelo clube literário que dirigia Arnault não cumpria as regras de imparcialidade, já que a sua esposa era co-proprietária.
A falta de um acordo sobre as medidas que deveriam ser tomadas e a situação de Frostenson desencadearam uma onda de renúncias, trocas de acusações entre dois grupos em conflito e o adiamento da entrega do Nobel de Literatura pela primeira vez em sete décadas.
Entre os nomes que deixaram a instituição está Sara Danius, ex-secretária que, na semana passada, anunciou sua saída definitiva, dez meses depois de deixar o cargo.
A Academia Sueca promoveu nos últimos meses várias reformas dos seus estatutos e elegeu cinco novos membros.
Arnault foi condenado pelo Tribunal de Apelação de Estocolmo a dois anos e meio de prisão, por dois casos de violação de uma mulher, em outubro de 2011, mas recorreu ao Supremo.