A Microsoft está a desenvolver uma tecnologia de realidade aumentada (RA) para o exército americano treinar os seus soldados. O CEO da empresa garante que é para o bem da democracia.
Os HoloLens 2 são os novos óculos de realidade aumentada desenvolvidos pela Microsoft. Graças a um contrato com o exército dos EUA, no valor de 420 milhões de euros, a Microsoft está a procurar formas de aplicar a tecnologia para ajudar soldados a matar.
O governo americano pretende integrar visão noturna, comunicação, reconhecimento de alvos e de perigo nos óculos desenvolvidos pela Microsoft. Com estas alterações aplicadas, “a letalidade dos soldados será amplamente melhorada“, disse o governo.
“Tomamos uma decisão de princípio de que não vamos recusar tecnologia a instituições que selecionamos nas democracias para proteger as liberdades que desfrutamos”, disse o CEO da empresa norte-americana, Satya Nadella, em declarações à CNN Business.
O CEO esteve na Mobile World Congress, em Barcelona, onde apresentou os HoloLens 2, falou sobre a polémica e admitiu continuar a apoiar o governo americano.
Alguns trabalhadores da Microsoft escreveram uma carta aberta a Nadella e ao presidente da Microsoft, Brad Smith, na qual demonstram o seu descontentamento. Os operários não querem que a tecnologia seja utilizada em aplicações militares.
Na carta em causa, pode ler-se que os funcionários e acionistas da empresa “não se querem tornar em benefeciários da guerra“. A carta encontra-se disponível para assinatura no Twitter e conta já com mais de 250 assinaturas de trabalhadores da Microsoft.
On behalf of workers at Microsoft, we’re releasing an open letter to Brad Smith and Satya Nadella, demanding for the cancelation of the IVAS contract with a call for stricter ethical guidelines.
If you’re a Microsoft employee you can sign at: https://t.co/958AhvIHO5 pic.twitter.com/uUZ5P4FJ7X— Microsoft Workers 4 Good (@MsWorkers4) February 22, 2019
Em resposta ao documento, Nadella afirma que a decisão da empresa é fundamentada e que se trata de “ser um cidadão responsável numa democracia“.
Numa publicação de Brad Smith no blog da Microsoft, em outubro do ano passado, o presidente da multinacional garantiu que permite aos trabalhadores insatisfeitos que troquem de funções, mas que não vai abandonar o exército americano. “Todos nós que vivemos neste país dependemos da sua forte defesa”, acrescentou Smith.
Dos velhos tempos de Age of Empires e Halo Wars 2 até ao mundo de realidade aumentada dos novos HoloLens 2 para aplicações militares, os jogos de guerra da Microsoft são cada vez menos jogo, cada vez mais realidade.
ZAP // CNN Business
Ajudar soldados a matar??Não seria ajudar soldados a se defender no campo de batalha?
Ainda bem que existe gente que colocar o seu na reta, não é mesmo..E defendendo a democracia sim..Ou se esqueceram que os aliados tiveram que combater o nazismo , matando gente,infelizmente…E sim,eles lutavam pela democracia…