O diretor-geral da Saúde assegurou esta segunda-feira que Portugal está preparado para lidar com um eventual caso de ébola que chegue ao país, indicando que já todas as regiões têm indicação de como proceder.
“Desde o início do alerta da Organização Mundial da Saúde mandámos dizer a todas as regiões do país para estarem preparadas para a eventualidade de um doente que tenha estado nas últimas três semanas nas zonas onde o vírus está em atividade e que tenham em atenção as normas de isolamento. Estamos inteiramente preparados para tal”, disse Francisco George aos jornalistas, à margem da cerimónia que hoje assinalou o Dia Mundial da Saúde.
Um caso suspeito de vírus do ébola, num português que esteve recentemente na Libéria, foi registado em Portugal nos últimos dias, mas as análises laboratoriais afastaram já essa hipótese, tinha garantido à Lusa o diretor-geral da Saúde.
“Foi a única situação portuguesa que impôs estudos especializados”, adiantou Francisco George, acrescentando que, em conjunto com o INEM, já estava a ser preparado todo o circuito em termos de isolamento para o doente.
Mas, entretanto mais resultados revelaram-se negativos para o vírus do ébola.
O cidadão português tinha estado na Libéria, um dos países com casos suspeitos de febre hemorrágica, alguns mortais, com contaminações originárias da Guiné Conacri, onde o surto do vírus ébola já fez 86 vítimas mortais.
De acordo com Francisco George, a preocupação das autoridades “tem a ver com a facilidade de viagens” de países como a Guiné ou a Libéria : “Em pouco menos de quatro horas um cidadão pode estar em Lisboa. É necessário criar medidas de urgência para impedir a atividade do vírus a partir de um eventual caso que tenha chegado. E estamos preparados. Há um plano para tal e que é ativado quando for necessário”.
Questionado sobre o assunto, o ministro da Saúde, lembrou que a preocupação central é monitorizar o que está a acontecer internacional.
“O vírus ébola é apenas uma preocupação em termos de monitorização do que está a acontecer em termos internacionais. Não tivemos nenhum caso no nosso país nem é natural que tenhamos. A DGS está em campo mas não há nenhum caso em Portugal”, disse aos jornalistas no final da cerimónia que assinalou o Dia Mundial da Saúde.
O vírus ébola, que surgiu pela primeira vez em 1976, no Zaire [atual República Democrática do Congo] e no Sudão, é transmissível por contacto direto com o sangue, fluidos e tecidos corporais de pessoas ou animais infetados.
/Lusa
Epidemia de Ébola
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