O lago líquido em Marte pode ser uma evidência de que o Planeta Vermelho passou mais tempo vulcanicamente ativo do que se imaginava.
No ano passado, obtivemos grandes notícias sobre o Planeta Vermelho, onde um grande lago de água em estado líquido teria sido encontrado debaixo do gelo localizado no polo sul marciano. Com base nesta descoberta, um novo estudo examinou como isto teria ocorrido no local, concluindo que possivelmente há um aquecimento debaixo da superfície.
Para que isso ocorresse, Marte teria tido alguma atividade vulcânica recente, sendo que essa atividade pode ainda estar ativa, de acordo com a publicação do portal American Geophysical Union.
Na ocasião, o lago com água líquida foi descoberto através da utilização de radares a bordo da sonda Mars Express, apontando que o lago líquido está a 1,5 quilómetros debaixo do gelo sólido e possui uma extensão de 20 quilómetros.
Além disso, é possível que um valor elevado de sódio, magnésio e sal de cálcio esteja a ser dissolvido no lago, mantendo o seu estado líquido a baixas temperaturas.
Contudo, o novo estudo sugere que somente o sal não pode ser o único responsável por este acontecimento e que deva haver alguma fonte de aquecimento que contribui para a formação do lago, assim como na Terra, onde a água em estado líquido debaixo de camadas de gelo é consequência do aquecimento gerado a partir do magma debaixo da crosta.
Diversas observações mostraram que Marte já foi vulcanicamente ativo. Os investigadores calcularam que, para o lago com as dimensões apresentadas e até hoje no local, a atividade vulcânica em Marte deva estar presente há aproximadamente 300 mil anos.
“Isto insinuaria que ainda há um magma ativo no processo de formação no interior de Marte e isto não é apenas um frio ou uma espécie de lugar morto, internamente”, afirma Ali Bransom, coautor do estudo.
Os investigadores estão a trabalhar para determinar as condições necessárias para a existência de água no Planeta Vermelho. Caso a existência de água em Marte seja confirmada, isso poderá ajudar a reduzir os dispositivos que os astronautas precisariam utilizar em missões futuras, além de alterar as nossas expectativas sobre a possibilidade de vida extraterrestre em Marte ou em qualquer outro planeta.
Bransom acredita que, caso haja vida, os organismos estariam protegidos da radiação debaixo da superfície. Refere ainda que, se o processo magmático estiver ativo, haverá uma probabilidade maior de encontrar água em Marte, ao invés de vida, entretanto, não exclui nenhuma possibilidade.
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