/

Cientistas cada vez mais perto de descobrir como é a consciência no cérebro

(dr) baycrest.org

Os humanos aprenderam a viajar pelo Espaço, a erradicar doenças e a compreender a natureza. No entanto, não temos ideia de como a consciência surge no cérebro – mas podemos estar perto.

Nós entramos e saímos do estado de consciência todos os dias, num processo ao qual chamamos de sono. Por sua vez, a lesão cerebral pode causar um estado mais permanente de inconsciência, que se caracteriza por uma incapacidade de responder a estímulos. No entanto, afirmam os cientistas, essa incapacidade por si só não é, necessariamente, um sinal de que o paciente é ou está inconsciente.

Um paciente em estado vegetativo, por exemplo, pode exibir os mesmos sinais cerebrais que uma pessoa plenamente consciente quando incitada a imaginar uma bola de futebol, por exemplo. Então, o que separa o consciente do inconsciente?

Uma equipa internacional de cientistas procurou obter resposta para esta pergunta, através da análise de imagens cerebrais de pacientes saudáveis, parcialmente conscientes e inconscientes. Os resultados foram recentemente publicados na Science Advances.

Os cientistas analisaram 159 indivíduos: 47 saudáveis sob anestesia, 59 pacientes com síndrome de vigília sem resposta ou UWS (um estado essencialmente vegetativo onde conseguem abrir os olhos, mas não podem fazer movimentos voluntários) e 53 pessoas num estado minimamente consciente ou MCS.

Os dados das ressonâncias magnéticas permitiram aos investigadores determinar os padrões cerebrais dos seus pacientes. Assim, os cientistas estudaram a forma como as flutuações do sinal dependente do nível de oxigenação no sangue (BOLD) afetaram 42 regiões cognitivamente importantes do cérebro que, combinadas, representam seis redes cerebrais.

Segundo o IFL Science, foram identificados quatro patrões distintos, que variavam em complexidade. O padrão um, o mais complexo, apareceu mais frequentemente (mas não exclusivamente) no grupo saudável.

E. Tagliazucchi & A. Demertzi

Segundo os cientistas, as descobertas sugerem que a coordenação em toda a extensão do cérebro que é exibida no padrão um é um indicador-chave da consciência. Em contraste, o último (o padrão quatro) demonstrou a menor coordenação entre regiões cerebrais e foi o mais proeminente em pacientes inconscientes (com UWS).

Por sua vez, a atividade cerebral em pessoas com MCS (ou parcialmente conscientes) parecia estar entre os dois extremos, apesar de os padrões dois e três eram mais ou menos consistentes entre os três grupos, adiantam os investigadores.

“Concluímos que estes padrões de coordenação de sinais cerebrais são característicos de estados cerebrais conscientes e inconscientes, garantindo a importância de pesquisas futuras sobre a sua relação com o conteúdo consciente e a possibilidade de modificar a sua prevalência por perturbações externas, tanto em indivíduos saudáveis ​​como patológicos”, concluem os autores do estudo.

Os especialistas esperam que, no futuro, os médicos possam usar estas informações para monitorizar a atividade cerebral em tempo real, usando este conhecimento para restaurar a consciência de forma não invasiva.

ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.