O Governo acusou o CDS-PP de manipular e mentir para tentar criar na população “um sentimento de medo e insegurança” sobre o estado de conservação das estradas, pontes e ferrovias do país.
O executivo reagiu assim ao lançamento da iniciativa centrista “País preso por arames”, no âmbito da qual o CDS vai denunciar até ao final do ano, “de norte a sul do país”, a situação de “estradas, ferrovias e pontes” sinalizadas como pontos críticos e demonstrativas das “escolhas de um Governo de carga fiscal máxima e de investimento público mínimo”, como afirmou a presidente do partido, Assunção Cristas.
“O CDS, na ausência de uma agenda de propostas para o país, prossegue este fim-de-semana a sua tentativa de criação de um sentimento de medo e insegurança da população relativamente às infraestruturas rodoviárias e ferroviárias, não tendo qualquer problema em recorrer à manipulação e mesmo à mentira”, sustentou o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques.
Esclarecendo que “as infraestruturas geridas pelo Estado, através da empresa Infraestruturas de Portugal (IP), são objeto de uma permanente vigilância e inspeção” e que “o Governo e a IP, seja através de respostas ao parlamento, seja em divulgações públicas aos media, mantêm o país informado do estado das infraestruturas sob sua gestão”, o executivo observou que “mal se entende que o CDS insista numa campanha baseada na omissão e na fabricação de factos”.
“Por exemplo, sobre o IP6, entre Óbidos e Peniche, visitado pela presidente do CDS, tem sido noticiado que foi desenvolvido um concurso público para a sua reparação. Tendo em conta a amplitude da obra, orçada em 3,5 milhões de euros, foi decidido lançar um concurso único, o que permitirá uma maior rapidez, devendo o contrato ser assinado nos próximos dias. Toda esta informação é do domínio público, pelo que o CDS não pode ir para o terreno afirmar que nada está a ser feito”, lê-se no comunicado.
Cristas escolheu o IP 6, que liga Óbidos a Peniche, para o arranque da iniciativa “País preso por arames”, denunciando a ausência de obras num troço “com fissuras, onde o piso abateu” e que está “inviabilizado há um ano”, à espera de reparação.
De entre as várias dezenas de situações que o CDS vai denunciar até ao final do ano, a dirigente centrista apontou também a Ponte 25 de Abril, em Lisboa, como “uma das preocupações, com problemas identificados desde 2015” e em relação aos quais o Governo “não fez absolutamente nada”.
Uma acusação também rejeitada pelo Governo, que explica que os sistemas de vigilância da Ponte 25 de Abril “são dos mais sofisticados existentes em Portugal” e que as obras de manutenção vão começar “em breve, dentro do calendário previsto por especialistas internacionais e pela própria IP”.
O mesmo acontece, segundo o gabinete do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, “com todos os outros casos mencionados pelo CDS: são situações permanentemente monitorizadas pela IP e objeto de intervenções de acordo com a respetiva necessidade, complexidade e urgência”.
“O CDS optou por ignorar os factos, numa tentativa de fazer esquecer a irresponsabilidade da sua anterior ação governativa nesta área, de que o IP3 será o melhor exemplo”, lê-se ainda na nota de imprensa.
“Pela nossa parte, continuaremos a fazer o trabalho que nos compete: em 2018, duplicámos o investimento da Infraestruturas de Portugal e vamos manter o ritmo em 2019. Na ferrovia, com o maior investimento das últimas décadas na renovação de linhas, mas também na rodovia, com investimento público rigoroso e criterioso na mobilidade e na segurança”, conclui a mesma fonte do executivo.