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Encontrado helicóptero do INEM desaparecido. Não há sobreviventes

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Tiago Petinga / Lusa

O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) confirmou no sábado à noite a ocorrência de quatro vítimas mortais na sequência da queda do helicóptero de emergência médica, em Valongo, sem adiantar causas do acidente.

A informação foi confirmada num briefing realizado esta madrugada em Couce, no concelho de Valongo, no Porto, e transmitido pelas televisões, onde o comandante distrital da Proteção Civil, Carlos Alves, referiu que os corpos das quatro vítimas foram encontrados 700 metros a sul da capela da Santa Justa, em Valongo.

Carlos Alves informou terem sido “encontrados os destroços do helicóptero, com os quatro corpos sem vida, dois juntos à aeronave e outros dois mais afastados”.

Questionado sobre se ainda esta noite iriam começar as operações para remoção dos corpos e dos destroços do helicóptero, Carlos Alves limitou-se a responder que foram “ativadas as entidades responsáveis” para o efeito.

O instituto, num comunicado divulgado mais tarde, prestou mais detalhes. “O Instituto Nacional de Emergência Médica informa que foi localizado, cerca das 01h30, o helicóptero de emergência médica que se encontrava desaparecido. A aeronave em questão foi localizada na Serra de Pias, concelho de Valongo, havendo a lamentar a ocorrência de quatro vítimas mortais”, refere o instituto.

A bordo da aeronave seguiam dois pilotos e uma equipa médica, composta por médico e enfermeira. A aeronave, que fazia a viagem entre o Porto e Macedo de Cavaleiros, Bragança, estava desaparecida desde as 18h30 de sábado e, segundo o organismo, “o incidente ocorreu numa altura em que se verificavam condições meteorológicas bastante adversas”.

“Caberá às autoridades competentes desenvolver um inquérito para apurar com detalhe as causas do acidente, cujos contornos não são ainda neste momento conhecidos”, lê-se na mesma nota.

Além dos “diversos agentes” da Proteção Civil e do INEM que foram enviados ao local para colaborar nas operações de busca e salvamento, “foram igualmente mobilizadas diversas equipas para prestar apoio aos familiares das vítimas e aos próprios trabalhadores do Instituto”, um “trabalho de apoio psicológico” que “está em curso e vai continuar enquanto for necessário”, acrescenta o organismo.

A aeronave em causa é uma Agusta A109S, operada pela empresa Babcock, e regressava no sábado à tarde à sua base, em Macedo de Cavaleiros, Bragança, após ter realizado uma missão de emergência médica de transporte de uma doente grave para o Hospital de Santo António, no Porto.

Aeronave encontrada por geolocalização

A geolocalização do rádio SIRESP a partir da identificação dos telemóveis pela Polícia Judiciária permitiu localizar o helicóptero, revelou o secretário de Estado da Proteção Civil.

Em declarações logo após a confirmação dos quatro óbitos, José Artur Neves, que esteve no local acompanhado pela secretária de Estado da Saúde, Raquel Duarte, descreveu de que forma foi possível encontrar os destroços da aeronave, na Serra de Santa Justa.

“Houve várias averiguações por parte da PJ no sentido de identificar os telemóveis das vítimas e conseguiu-se uma coordenada clara a partir do momento em que se identificou o rádio SIRESP, que estava presente na aeronave”, explicou o governante.

As horas entre o primeiro alerta e a operação de socorro

O último registo é às 18h38 e o alerta foi feito para o 112 nessa altura, mas a Proteção Civil só chegou ao terreno quase 2 horas depois.

De acordo com o Observador, a informação perdeu-se entre várias entidades. O alerta que chegou ao 112 terá sido reencaminhado para a GNR, mas a patrulha do posto de Campo não encontrou vestígios de qualquer acidente e abandonou o local.

A torre de controlo da Força Aérea só comunicou o desaparecimento da aeronave do radar às 19h36, mais de uma hora depois do sinal ter sido perdido. No meio disto, o INEM estava convencido de que a equipa nem sequer estava a voar — e que tinha ficado no Porto, por causa do mau tempo.

Questionado sobre o tempo que passou entre o último registo de voo (18h38) e a chegada do alerta à Proteção Civil, o tenente-coronel Carlos Alves disse: “Eu queria deixar bem presente que toda esta operação se desenvolveu depois do alerta ter chegado à Proteção Civil. Antes disto, há toda uma série de entidades, que permitam-me que não fale nelas, que entram neste processo de despoletar este tipo de operação”.

Logo depois, as explicações caberiam ao secretário de Estado da Proteção Civil. Num momento de grande tensão entre a Proteção Civil e os bombeiros, há a possibilidade de o hiato de tempo que passou ter ficado a dever-se à falta de comunicação dos bombeiros.

Mas Artur Neves disse o contrário: “Acreditamos nos comandantes locais, que nos informaram que, tal como o senhor Comandante das Operações do Distrito indicou, foi, de facto, ele próprio que acionou os meios para o terreno”. Mais: “há esse registo positivo desse mecanismo normal, como deve funcionar”.

O secretário de Estado de que “haverá um conjunto de identidades que haverão de investigar o que se passou, para apurar eventuais responsabilidades”.

“O facto de a aeronave não ter emitido um sinal como deveria ter emitido” é uma das primeiras dúvidas. “Haverá aí alguma falha que terá de ser avaliada. E, depois, todos os procedimentos associados que terão de ser avaliados, investigados e objeto das necessárias auditorias“, acrescentou.

Uma equipa do Gabinete de Prevenção e Investigação de Acidentes com Aeronaves e Acidentes Ferroviários (GPIAAF) vai averiguar a queda do helicóptero.

MC,ZAP // Lusa

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2 Comments

  1. Mais uma pessegada…..
    Que infelizmente custou 4 vidas, e agora a culpa é dos bombeiros….
    Somos verdadeiramente um país de ‘trengos’….

    • Pessegada onde?!
      Quem disse que a culpa é dos bombeiros?!
      Realmente o teu comentário é, no mínimo, “trengo” – mas representa-te a ti; não ao país!..

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