Foram analisados mais de 350 anos para concluir que o manto de gelo da Gronelândia está a derreter mais rapidamente do que no ano passado. O ano de 2012 foi particularmente danoso.
Luke Trusel, da Universidade Rowan, nos Estados Unidos, coordenou uma equipa de cientistas que desenvolveu um registo, recuando até 1650 e analisando camadas de derretimento em núcleos de gelo do Oeste da Gronelândia.
“Os autores ligaram essas camadas a processos de derretimento mais amplos e atuais na Groenlândia” refere o resumo do estudo, que foi publicado recentemente na Nature. Os resultados levam os cientistas a concluir que o derretimento e o escoamento do manto aceleraram recentemente, fora do intervalo da variabilidade passada.
Além disso, segundo o Público, este trabalho permitiu confirmar que o derretimento da camada de gelo da Gronelândia começou a aumentar logo após o início do aquecimento do Ártico, em meados da década de 1800.
Nos últimos 350 anos, o derretimento da superfície em 2012 foi muito mais extenso. Já na década mais recente contida nos núcleos de gelo (2004-2013) observou-se um degelo mais sustentado e intenso do que qualquer outro período de dez anos registado.
Os autores avisam que “devido a uma resposta não linear do derretimento da superfície ao aumento das temperaturas do ar no Verão, o aquecimento atmosférico continuado levará a aumentos rápidos no escoamento do manto de gelo da Gronelândia e nas contribuições no nível do mar“, dado que o manto de gelo da Gronelândia é um dos principais fatores naturais que contribui para a elevação do nível do mar.
O manto de gelo da Gronelândia é um importante marcador da evolução do planeta para os cientistas. Ano após ano, enquanto que o mundo aquece, a Gronelândia derrete.
No ano passado, em junho, um outro estudo concluía que os glaciares e os cumes de gelo na Gronelândia não vão conseguir recuperar da atual situação, por exemplo.
Além disso, um outro estudo adiantava que o derretimento do gelo na costa da Gronelândia terá como consequência a subida do nível do mar em cerca de 3,8 centímetros até 2100. Um clima mais quente no futuro poderá mesmo trazer consequências graves.