Greve dos guardas prisionais desencadeia motim no Estabelecimento Prisional de Lisboa

Miguel A. Lopes / EPA

Familiares e Policia à porta do Estabelecimento Prisional de Lisboa após motim

Cerca de 160 reclusos da Ala B do Estabelecimento Prisional de Lisboa revoltaram-se esta teça-feira, não terem tido visitas, tendo-se amotinado com gritos, material partido, colchões e papéis queimados.

Elementos do Grupo de Intervenção e Segurança Prisional (GISP) da GNR foram chamados ao Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL) para tentar controlar um motim que eclodiu na Ala B do estabelecimento.

Na origem do motim, segundo apurou o JN, estará o descontentamento dos reclusos com as sucessivas greves dos guardas prisionais, que levaram ao cancelamento do tradicional jantar de Natal entre os presos e suas famílias.

A realização de um plenário dos guardas prisionais, que cancelou também a visita prevista para esta quarta-feira, agravou a revolta dos reclusos, que se amotinaram, incendiando colchões, destruído material do estabelecimento e e manifestado o seu descontentamento com gritos, “obrigando ao uso a força” por parte do Corpo da Guarda Prisional”, disse à Lusa o diretor dos Serviços Prisionais e de Reinserção, Celso Manata.

Celso Manata explicou que estes desacatos se deveram também ao facto de, finalizada a greve de quatro dias dos Guardas Prisionais, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional, que convocou a paralisação, ter marcado um plenário para quarta-feira, inviabilizando novamente as visitas.

O EPL “voltou à normalidade” pouco depois das 20h00. “Já está resolvido”, adiantou Celso Manata. De acordo com responsável da Direção-Geral dos Serviços Prisionais, os reclusos foram fechados nas suas celas, não tendo sido necessário recorrer ao Grupo de Intervenção de Segurança Prisional, entretanto ativado.

“A Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais informa que os reclusos se encontram encerrados nas celas desde cerca das 20 horas e 15 minutos, não havendo registo de feridos quer entre guardas prisionais, quer entre reclusos”, segundo um comunicado entretanto enviado às redações.

Os guardas prisionais marcaram greve de quatro dias para exigir a revisão do estatuto profissional e a progressão na carreira, além de contestarem o novo horário de trabalho. Segundo o SNCGP, a greve teve uma adesão de cerca de 80%.

O universo de guardas prisionais ronda os 4.350 para uma população prisional perto dos 13.000 reclusos.

ZAP // Lusa

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