Uma antiga máscara de pedra feita de um calcário amarelo-rosado e meticulosamente moldada com ferramentas de pedra foi recuperada na Cisjordânia, lançando algumas pistas sobre um momento crucial da história da humanidade.
De acordo com a Autoridade das Antiguidades de Israel (IAA), foi encontrada uma das 15 máscaras de pedra existentes no mundo que remontam à era do Neolítico, os primórdios da sociedade agrícola. A máscara foi recuperada pelas autoridades em Hebron, anunciaram esta quarta-feira em Jerusalém Leste.
Esta máscara, que apresenta tons de rosa e amarelo, foi encontrada na posse de ladrões e entregue às autoridades no início deste ano, adianta o Diário de Notícias. Os trabalhos de investigação da IAA foram apresentados esta quinta-feira na reunião anual da Sociedade Pré-Histórica de Israel.
“Descobrir uma máscara feita de pedra, com um alto nível de acabamento, é muito emocionante. A pedra foi completamente alisada e os traços são perfeitos e simétricos, até mesmo os ossos da face estão delineados. Tem um nariz impressionante e uma boca com dentes distintos”, afirmou a arqueóloga Ronit Lupu.
Esta descoberta vem reforçar a ideia dos arqueólogos de que tinham encontrado um centro de produção de máscaras de pedra do período Neolítico e dos primórdios da revolução agrícola. “É uma descoberta arqueológica extraordinária e ainda mais incomum é o facto de sabermos de onde vem“, realçou a cientista, pelo facto de só duas das 15 máscaras existentes terem sido encontradas em locais de pesquisa arqueológica.
A especialista adianta que o factos de os cientistas disporem de informações sobre a localização exata torna esta máscara “mais importante do que a maioria das máscaras do seu tempo”.
Segundo Omry Barzilai, diretor do Departamento de Pesquisa Arqueológica da IAA, estas máscaras estão relacionadas com o aumento dos rituais religiosos dos seres humanos na fase de transição entre a sociedade de caçadores-coletores e a da domesticação de plantas e animais.
Esta transição levou a uma revolução na estrutura social e a um aumento acentuado das atividades religiosas que incorporavam figuras em forma humana, crânios e máscaras de pedra, muito provavelmente para adornar ancestrais, informa o IFL Science.