É a elasticidade variada dos intestinos do vombate que ajuda estes marsupiais a esculpir as suas fezes em forma de cubo.
Os vombates, os rechonchudos marsupiais de pernas curtas nativos da Austrália, são a personagem principal de um mistério biológico do reino animal: por que motivo as suas fezes têm a forma de um cubo? Patricia Yang, pós-doutoranda em engenharia mecânica no Instituto de Tecnologia da Geórgia, propôs-se a responder a esta questão.
Segundo o EurekAlert, Yang estava ansiosa para perceber de que forma as diferenças nos processos digestivos e nas estruturas dos tecidos moles dos vombates conseguem explicar o formato estranho das fezes deste animal.
“Nunca vi nada tão estranho na biologia. Era um verdadeiro mistério”, afirmou Yang. A investigadora e a sua equipa estudou em pormenor os tratos digestivos os vombates que morreram após colisões de veículos motorizados na Tasmânia.
Perto do fim do intestino, os investigadores descobriram que as fezes mudaram de estados semelhantes a líquidos para estados sólidos compostos de pequenos cubos separados. Foi desta forma que a equipa concluiu que as propriedades elásticas variáveis das paredes intestinais dos vombates permitiram a formação do cubo.
Estruturas cúbicas, como cubos de açúcar, são-nos muito familiares. No entanto, no mundo natural, esta forma é bastante rara. Atualmente, os vombates são as únicas espécies conhecidas capazes de produzir cubos organicamente.
“Atualmente, temos apenas dois métodos para fabricar cubos: moldamos ou cortamos. Agora, encontramos um terceiro método”, adiantou Yang. “Este terceiro método seria muito útil para aplicar ao processo de fabricação, isto é, fazer um cubo com tecido mole em vez de apenas moldá-lo.”
Mas porque é que as fezes dos vombates são cúbicas? Estes animais empilham as suas fezes para marcar as suas áreas e comunicar-se com outros animais através do olfato. Assim, empilham as suas fezes em lugares proeminentes, como perto de tocas ou em troncos, porque têm pouca visão ocular.
Quanto maior e mais proeminentemente for colocada a pilha de fezes, mais visualmente distinta é a forma de atrair outros vombates para cheirar e, assim, envolverem-se numa comunicação. Portanto, é importante para os vombates que os seus excrementos não rolem ou virem, e esta forma cúbica resolve este problema.
A investigadora espera que este estudo – cujos resultados serão apresentados no 71º Encontro Anual da Divisão de Sociedade Física Americana da Fluid Dynamics, em Atlanta -, contribua para compreender o transporte de tecidos moles ou a forma como o intestino se move. Além disso, estas novas descobertas são importantes no que diz respeito à engenharia mecânica e biológica.
“Nós podemos aprender com os vombates e esperamos aplicar este novo método ao nosso processo de fabricação”, concluiu Yang.
Cá para mim estes chavalos andam a traficar droga…
Não há bicho mais curtido do que um wombat! São uns fixes!..