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FC Porto vs Braga | Dragão vence e lidera isolado

José Coelho / Lusa

O FC Porto arrancou um importante triunfo por 1-0 em casa, frente ao Sp. Braga, e isolou-se no comando da I Liga à décima jornada.

Usamos a palavra “arrancou” porque foi precisamente isso que aconteceu. O golo dos “azuis-e-brancos” surgiu já aos 88 minutos, por Tiquinho Soares, numa altura em que os acontecimentos pareciam apontar ao empate.

Os minhotos, que sofreram a primeira derrota nesta Liga, fizeram um grande jogo, acertaram por duas vezes nos ferros, mas o que conta são os remates que entram, e o Porto facturou no único enquadrado que se assistiu na etapa complementar. Há novo líder isolado do campeonato.

O Jogo explicado em Números

  • Jogo animado logo desde o início, mas de algumas cautela, em especial por parte do Sp. Braga. O FC Porto assumiu rapidamente o domínio da partida, com 66% de posse de bola no primeiro quarto-de-hora, dois remates contra um dos visitantes, mas ainda sem qualquer disparo enquadrado na partida. Ainda assim, realce para os três cantos dos minhotos, contra nenhum dos portistas.
  • Os “arsenalistas” desfrutaram daquela que foi a uma das duas ocasiões mais claras da primeira parte, aos 25 minutos. Um cruzamento de Ricardo Horta encontrou Dyego Sousa na grande área, mas o brasileiro falhou, de cabeça, uma oportunidade flagrante, a única do jogo até então.
  • A meia-hora chegou com o Porto claramente por cima, com 69% de posse, oito remates contra três, mas ambas as formações apenas com um disparo enquadrado. Nesta altura as duas equipas privilegiavam os ataques pelos respectivos flancos direitos, com cerca de 40% dos lances por essas faixas.
  • Destaque para Yacine Brahimi. O argelino tinha, aos 30 minutos, tentado o drible por cinco vezes, completando-os todos. O extremo portista tinha tantos dribles certos como todos os outros jogadores em campo e, aos 38 minutos, obrigou Tiago Sá a uma grande defesa.
  • Perto do intervalo, o FC Porto começava a aproximar-se com mais perigo da baliza contrária, embora abrindo mais espaços para as transições bracarenses. O jogo tinha oportunidades de golo, mas faltava às duas formações mais tranquilidade para tornar eficazes os remates realizados.
  • Bom jogo, muito competitivo, no Dragão. Natural domínio portista em termos de posse de bola, com 63%, contudo um número que foi diminuindo ao longo dos primeiros 45 minutos.
  • Essa superioridade territorial ficou também expressa nos 11 remates que o Porto realizou, contra os seis do Braga, mas as duas equipas somaram dois enquadrados cada, pelo que os homens da casa bem se podem queixar da eficácia na finalização.
  • O melhor no primeiro tempo foi Brahimi, com um GoalPoint Rating de 6.4, com impressionantes cinco dribles completos em outras tantas tentativas, um remate e um passe para finalização.
  • Ricardo Esgaio, aos 55 minutos, acertou com estrondo no ferro da baliza de Iker Casillas, no melhor lance do arranque do segundo tempo. Porém, nesta fase o jogo era cada vez mais do Porto, que somava 74% de posse de bola, embora sem grande capacidade para causar problemas, não registando qualquer remate nos primeiro 15 minutos após o reatamento.
  • Moussa Marega esteve perto de marcar aos 61 minutos, desperdiçando uma ocasião flagrante no coração da área, a primeira que beneficiou o Porto. Aos poucos o jogo começava a partir-se e o Braga a aproveitar para ter mais bola.
  • Por volta dos 70 minutos, os “dragões” já só registavam 58% de posse no segundo tempo, o que levou Sérgio Conceição a lançar Herrera para o lugar de Brahimi, até então o jogador com melhor rating. Era altura de intensificar a luta pelo controlo das operações.
  • Aos 77 minutos, Fransérgio acertou no ferro da baliza de Iker Casillas, sendo a segunda vez que o Braga teve “excesso de pontaria” nesta partida. Nos últimos cinco minutos, as duas equipas somavam cada uma quatro remates no segundo tempo, sem que nenhum fosse enquadrado. O Porto continuava a dominar, mas faltava clarividência para desenhar lances de perigo.
  • Até que, aos 88 minutos, o Porto desatou o nó. O recém-entrado Otávio – mais uma vez decisivo após entrar em campo – foi o autor do cruzamento e Tiquinho Soares o autor do golo, num excelente cabeceamento. Um tento ao 17º disparo portista no jogo, sexto no segundo tempo, no primeiro remate enquadrado de toda a segunda parte.

O Homem do Jogo

O melhor na primeira parte, e até meio da segunda, estava a ser Brahimi. Mas a saída do argelino, para a entrada de Herrera, acabou por possibilitar a outro extremo, Jesús Corona, assumir a liderança dos nossos GoalPoint Ratings.

O mexicano terminou com 6.6, fruto de uma exibição em crescendo que registou, entre outros números, três remates, um passe para finalização, sete cruzamentos (só um eficaz), cinco dribles completos em nove tentativas e ainda sete recuperações de bola. Excelente partida de “Tecatito”, que jogou tanto a extremo como a lateral, com qualidade.

Jogadores em foco

  • Felipe 6.5 – O Braga nunca deixou de atacar e criar perigo, pelo que a defesa portista teve bastante trabalho ao longo do jogo. O melhor do sector foi Felipe, que ganhou nada menos que quatro dos deis duelos aéreos defensivos em que participou e ainda somou 13 acções defensivas, oito das quais alívios.
  • Brahimi 6.4 – O argelino foi o melhor até sair aos 72 minutos. Até lá registou um remate, um passe para finalização, completou a totalidade das seis tentativas de drible e acertou 20 dos 25 passes que realizou.
  • Óliver Torres 6.3 – Mais um jogo esforçado do espanhol, que voltou a dominar nas recuperações de posse, graças a um posicionamento sem bola de muita qualidade. O médio terminou ainda com dois remates e outros tantos passes para finalização.
  • Ricardo Horta 6.0 – O extremo foi o melhor da sua equipa. Dos seus pés saiu a primeira ocasião flagrante do jogo, desperdiçada por Dyego Sousa, e no final registou dois passes para finalização, três cruzamentos eficazes em quatro e sete recuperações de posse.
  • Ricardo Esgaio 5.9 – Neste jogo a médio-direito, Esgaio foi um problema constante para o FC Porto, mercê das suas incursões. Num dos seus dois remates acertou no ferro da baliza de Casillas e ainda registou dois passes para finalização, quatro cruzamentos e nove acções defensivas, entre elas cinco alívios.
  • Tiquinho Soares 6.0 – O brasileiro acabou por ser o homem decisivo na partida, pelo golo que apontou aos 88 minutos. O avançado fez cinco remates, mas apenas um enquadrado, contudo o suficiente para causar estragos. Pelo ar disputou 11 duelos ofensivos, tendo ganho somente quatro.

Resumo

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