Um total de 529 simpatizantes do antigo Presidente egípcio Mohamed Morsi, deposto pelo exército no verão passado, foram hoje condenados à morte por instigar à violência, mas a maioria encontra-se em parte incerta.
A condenação foi anunciada pelo Tribunal Penal de Minia, no Cairo, adiantando que apenas 153 dos condenados estão detidos.
Os restantes apoiantes da Irmandade Muçulmana e do Presidente deposto estão em fuga, acrescentaram fontes judiciais, admitindo que os condenados ainda podem pedir recurso da sentença.
Desde o golpe militar de 3 de julho contra Morsi, milhares de seguidores da Irmandade foram presos e dezenas condenado à prisão, mas até agora não tinham sido decretadas sentenças de pena de morte.
O Tribunal, presidido pelo juiz Said Yusef, absolveu outros 17 membros e partidários da Irmandade julgados neste processo, cuja sentença deverá ser confirmada pelo mesmo tribunal a 28 de abril.
Ataques por todo o Egito
Os condenados foram considerados culpados de uma série de assaltos a edifícios governamentais e de atacar pessoas e bem públicos na província de Minya, sul do Egito, em agosto, depois de as forças de segurança terem procedido à desocupação violenta de dois acampamentos de protesto no Cairo por partidários de Morsi.
Um desses ataques teve como alvo o quartel-general da polícia da cidade de Matai, onde foi morto o coronel Mustafa Ragab.
De acordo com vários meios de comunicação egípcios, 147 dos acusados estão sob custódia, enquanto os restantes foram julgados à revelia.
Os réus também foram condenados por tentar assassinar um polícia e um segundo tenente na delegacia de polícia, apreendendo armas e queimando o edifício.
A sessão do tribunal foi realizada sob um forte esquema de segurança, com as ruas que levam ao edifício a serem cortadas por membros da ordem.
Irmandade Muçulmana
Os islamitas têm mantido os seus protestos contra as autoridades interinas no Egito desde julho do ano passado, apesar das prisões e morte de centenas de pessoas por causa da repressão policial nos últimos meses.
Morsi, primeiro presidente civil do Egito eleito, foi deposto pelo exército no dia 3 de julho, num movimento que desencadeou tumultos generalizados em toda a nação.
A Amnistia Internacional revelou que pelo menos 1.400 pessoas morreram na violência desde então, e mais milhares de pessoas foram presas.
Morsi foi removido do cargo 12 meses após ser eleito como presidente depois dos protestos de rua contra seu governo.
/Lusa