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Ajax vs Benfica | Amesterdão volta a trair nos descontos

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Olaf Kraak / EPA

O Benfica esteve a um minuto de arrancar um ponto na Johan Cruijff, ante o Ajax, mas um golo nos descontos, de Noussair Mazraoui, ditou uma derrota inesperada para os comandados de Rui Vitória, por 1-0.

Num grande jogo de futebol, os “encarnados” deram excelente réplica, mas a recta final da partida, marcada pela pressão dos holandeses, acabou por dar frutos para os da casa, que foram bem mais eficazes no remate – dez disparos enquadrados contra três. Mais uma vez o Benfica não se deu bem nos descontos em Amesterdão.

O Jogo explicado em Números

  • Boa entrada do Benfica na partida, nomeadamente nas transições rápidas, a criar duas excelentes ocasiões para marcar. Primeiro aos dois minutos, com Rafa a rematar forte para defesa difícil de André Onana, e a seguir, aos cinco, Haris Seferovic obrigou o guardião a nova intervenção de vulto.
  • Primeiro quarto-de-hora de pressão do Ajax, a cair em cima dos jogadores do Benfica ainda no meio-campo “encarnado” e com muita posse de bola, nada menos que 63%. As dificuldades da “águia” prendiam-se com as jogadas de envolvimento nas faixas laterais, mas no eixo, a defesa ia dando conta do recado, sendo que apenas havia permitido dois remates, ambos sem a melhor direcção.
  • Aos poucos o Ajax começou a usufruir de mais espaços, fruto da subida benfiquista no terreno, e Kasper Dolberg obrigou Odysseas Vlachodimos a grande defesa, aos 22 minutos, no lance mais perigoso do jogo até então.
  • O equilíbrio em termos ofensivos, com quatro remates, dois enquadrados, para cada equipa, esbarrava no domínio do Ajax na posse de bola, à passagem da meia-hora. Esse domínio abria espaços para o Benfica explorar, motivo pelo qual os “encarnados” iam conseguindo criar perigo a espaços. As “águias”, porém, eram mais fortes nos duelos, ganhando 60% deles, numa partida sem pontapés de canto até ao momento – primeiro apenas aos 39 minutos, para o Benfica.
  • Até ao intervalo, destaque para um lance de Dolberg, que só não deu golo porque Germán Conti afastou a bola em cima da linha de golo.
  • Espectáculo na primeira metade na Johan Cruijff ArenA, palco de futebol de grande qualidade de parte a parte, boas jogadas, ocasiões de golo, mas um nulo no marcador que não deslustra.
  • Mais Ajax, com 61% de posse de bola, mas mais Benfica no ataque, com dez remates contra sete, apesar de os holandeses o fazerem com mais qualidade (5-2 em disparos enquadrados).
  • O melhor em campo ao intervalo era André Almeida, que teve muito trabalho pela frente, mas sempre com grande consistência.
  • Nesta fase registava um GoalPoint Rating de 6.5, fruto de um passe para finalização e 13 acções defensivas, entre elas quatro desarmes, três intercepções e outros tantos bloqueios de cruzamento.
  • Os primeiros 15 minutos do segundo tempo mudaram um pouco o cariz do jogo. O Benfica conseguiu registar 51% de posse de bola nesta fase, mas nenhum remate, contra os três do Ajax, embora todos desenquadrados.
  • Grande equilíbrio por volta dos 70 minutos, em posse de bola e iniciativa atacante, embora os holandeses se mostrassem mais afoitos no remate, com cinco no segundo tempo, contra três dos “encarnados”. Ainda assim era o central do Ajax, Matthijs de Ligt, o jogador com melhor rating nesta altura, com 6.6, com seis acções defensivas e um corte decisivo.
  • O homens da casa aumentaram o número de ataques pelo flanco esquerdo no segundo tempo, registando, nesta fase, 68% de ataques pelo lado canhoto. E aos 74 minutos, Donny van de Beek obrigou Odysseas a uma defesa incrível.
  • Os holandeses chegavam aos 57% de posse por volta dos 80 minutos, sete remates no segundo tempo, quatro enquadrados e muita pressão. Ia valendo ao Benfica o seu guarda-redes que, por esta altura, somava já oito intervenções, algumas verdadeiramente decisivas.
  • Mas nem Odysseas valeu ao Benfica no último minuto dos descontos. Num lance de insistência, Noussair Mazraoui rematou à entrada da área, a bola ainda desviou em Álex Grimaldo e aninhou-se no fundo das redes “encarnadas”. Um “balde de água fria” neste estádio, que já em 2013 vira o Benfica perder a final da Liga Europa com o Chelsea com um golo nos descontos.

O Homem do Jogo

O Benfica perdeu, mas não foi pelo seu guarda-redes. Odysseas Vlachodimos foi um “monstro” ante o Ajax, somando incríveis oito defesas, algumas verdadeiramente espectaculares, apesar de só dois disparos terem acontecido na sua grande área. Para além de três defesas seguras, o guardião travou ainda um remate ao ângulo, sendo, claramente, o melhor em campo em Amesterdão, com um GoalPoint Rating de 7.3.

Jogadores em foco

  • Frenkie de Jong 6.9 – O holandês é cobiçado por “meio mundo”, segundo as notícias, e neste jogo mostrou porquê, sendo o melhor do Ajax. O médio fez três passes para finalização , somou 96 acções com bola, completou três de cinco tentativas de drible e realizou 11 recuperações de posse.
  • Rafa Silva 6.5 – O extremo português criou muitos problemas à defesa contrária desde os primeiros minutos, estando em praticamente todas as melhores e mais perigosas jogadas do Benfica. No total somou três remates, completou três de quatro tentativas de drible, recuperou oito vezes a posse de bola e fez um passe para finalização.
  • Hakim Ziyech 6.4 – O marroquino foi uma autêntica dor de cabeça para o Benfica. Com os cinco remates (três enquadrados) que fez aumentou para 17 o número de remates nesta Liga dos Campeões, o máximo da prova, embora ainda sem qualquer golo marcado. Mas ainda criou duas ocasiões flagrantes em três passes para finalização, completando somente cinco de (impressionantes) 13 tentativas de drible.
  • Eduardo Salvio 6.3 – O argentino começou o jogo com muitas perdas de bola nas poucas vezes que a teve, mas foi subindo de produção aos poucos, terminando com uma nota positiva. Ao todo fez dois passes para finalização, completou três de quatro tentativas de drible e fez 11 acções defensivas.
  • Haris Seferovic 6.1 – Bom jogo do suíço, que deu muito trabalho à defensiva holandesa e até esteve perto de marcar em algumas ocasiões. O avançado foi, a par de Ziyech, o mais rematador do encontro, com cinco disparos, dois deles enquadrados, e ganhou sete de nove duelos aéreos defensivos.
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