Os assaltantes dos Paióis de Tancos escolheram o dia em que jogava a Selecção, na Copa das Confederações contra o Chile, para roubar as armas de guerra. Um dado que surge quando o primeiro-ministro reforça a confiança no ministro da Defesa e o Presidente da República pede “o apuramento da verdade e de algumas responsabilidades”.
Enquanto se continua a investigar o assalto aos Paióis de Tancos, surge a notícia de que as armas foram roubadas durante o Portugal-Chile, disputado a 28 de Junho de 2017, durante a Taça das Confederações. Um dado apurado pelo jornal Sol que frisa que os ladrões aproveitaram a distracção das tropas com o jogo “para mais facilmente driblarem a vigilância da base militar”.
O Presidente da República reiterou esta sexta-feira que “é preciso respeitar o apuramento da verdade“, referindo-se ao conhecimento que é imputado ao ministro da Defesa quanto ao caso do desaparecimento das armas.
“Está uma investigação em curso e essa investigação está a prosseguir os seus trâmites”, referiu Marcelo Rebelo de Sousa, escusando-se a fazer mais comentários e realçando que “devemos acompanhar aquilo que está a ser feito, não interferindo, respeitando e olhando depois para as conclusões”.
A bordo do navio Escola Sagres, no âmbito das comemorações do 5 de Outubro, Marcelo pediu para que se respeitasse “aquilo que é o apuramento da verdade e de algumas responsabilidades“.
O Expresso divulgou na quinta-feira que o ex-porta-voz da Polícia Judiciária Militar (PJM), major Vasco Brazão, disse ao juiz de instrução da investigação à recuperação do material militar furtado em Tancos que, no final do ano passado, e já depois de as armas terem sido recuperadas, deu conhecimento ao ministro da Defesa, juntamente com o então director daquela polícia, da “encenação montada em conjunto com a GNR de Loulé em torno da recuperação das armas furtadas” do paiol nacional de Tancos.
O ministro da Defesa Nacional negou “categoricamente” que “tenha tido conhecimento de qualquer encobrimento neste processo”.
Após os vários pedidos de demissão do ministro que surgiram, o primeiro-ministro garantiu que mantém a confiança em Azeredo Lopes. António Costa admitiu contudo que “falta muita coisa esclarecer, desde logo a captura dos ladrões”.
O chefe do executivo considerou também que se deve “confiar que a justiça desenvolva o seu trabalho e os ladrões propriamente ditos sejam presos”. “Um dia saberemos seguramente tudo”, concretizou, reforçando que “todos temos interesse que se saiba tudo e o mais rápido possível”.
Marcelo deixou avisos
No seu discurso, no âmbito das comemorações do Dia da Implantação da República, Marcelo Rebelo de Sousa deixou alguns avisos com Tancos como sombra.
“Todos os dias se constrói ou destrói a democracia. Todos os dias de constrói ou destrói o 5 de Outubro”, referiu o Presidente da República, reforçando que se trata de uma “obra que aprende com as lições do passado, não comete os mesmos erros ou se resigna com as mesmas omissões”.
Sem se referir nunca ao caso de Tancos, Marcelo também sublinhou que as “divisões fraticidas”, as “debilidades partidárias” e o “tratamento errado das Forças Armadas” podem abalar os ideais do 5 de Outubro.
“Não há democracia sem se dar atenção às Forças Armadas“, acrescentou. “Não há democracia sem democratas, não há democracia sem condições económicas e sociais que lhe dêem legitimidade”, disse ainda.
“Não há verdadeira democracia sem o permanente combate às desigualdades, à pobreza, à corrupção das pessoas e instituições, sem sistemas políticos dinâmicos e geradores de alternativa. Não há democracia sem se dar atenção a entidades estruturantes como as Forças Armadas”, concluiu o Presidente da República.
ZAP // Lusa
Isto não passa de mais um Blefe, que nada vai acontecer, os nossos políticos, tem medo e não tem a coragem de se meterem com estas instituições com Armas na Mão.
Pode vir acontecer um novo 25 de Abril, Penso Eu.
A não ser que arranjarem uma Senhora da Limpeza, para levar com as Culpas Todas.
Só há uma razão para Costa segurar um ministro mais que comprometido na encenação de Tancos… Costa também sabia da marosca e assim não corre o risco do ministro exonerado abrir a boca, nem de ter os focos sobre si. Ninguém acredita que Azeredo não tivesse comunicado ao PM o que se estava a passar.
Isto é o maior escândalo governamental depois de Sócrates.
Parece-me que o senhor Costa vai ficar um pouco mais chamuscado com este caso, pois já ninguém acreditará que o ministro da Defesa esteja isento de culpas a não ser algum esquerdo-pata que siga a politica religiosamente. Quem irá ser queimado será o mexilhão e tudo ficará abafado tal como têm tentado fazer até aqui.