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Lisboa tem a maior desproporção entre clínicos e utentes

Chhor Sokunthea / World Bank

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O secretário de Estado adjunto do ministro da Saúde disse esta terça-feira que Lisboa é a zona do país com “maior desproporção entre clínicos existentes e utentes a necessitarem de médico”, destacando que têm sido dados passos para resolver o problema.

“Temos a noção clara de que, em todo o território nacional, a Administração Regional de Saúde (ARS) com maiores dificuldades é exatamente a de Lisboa. Por circunstâncias várias, acaba por ser a zona do país onde temos uma maior desproporção entre clínicos existentes e utentes a necessitarem de médico”, afirmou Fernando Leal da Costa na inauguração da unidade de saúde familiar Auren, em Ourém, distrito de Santarém.

O secretário de Estado do Governo de coligação PSD/CDS-PP respondia ao presidente da Câmara de Ourém, o socialista Paulo Fonseca, que alertou para a existência no concelho, ainda, de cerca de oito mil utentes sem médico de família.

“A verdade dos factos é que temos dado pequenos passos no sentido de minimizar essa situação que me causa grande incómodo pessoal e profissional”, declarou Fernando Leal da Costa.

Reorganização necessária

Além da questão dos utentes sem médico de família, Paulo Fonseca apontou, novamente, a obrigatoriedade dos doentes do concelho se deslocarem para o hospital de Abrantes, do Centro Hospitalar do Médio Tejo, a 70 quilómetros de distância, quando têm o Centro Hospitalar de Leiria a 20 quilómetros.

“Essa é uma circunstância que merece alguma explicação, parte da qual se prende com a existência de um mapa territorial entre as ARS”, adiantou o governante, garantindo que no âmbito do “plano de reorganização em curso” não deixará “de olhar com muita atenção para a forma mais conveniente de proceder à disposição de cuidados hospitalares à população de Ourém, tendo até em conta que o município é muito grande”.

Fernando Leal da Costa adiantou que estão a ser preparadas “alterações relativamente à distribuição dos serviços de urgência”, assegurando que não deixará de “voltar a insistir” no aumento da capacidade de resposta do hospital de Tomar para responder “às necessidades deste concelho”, como combinado com o autarca de Ourém, assim como com o de Tomar e aos concelhos limítrofes.

“Estou certo que o presidente da Administração Regional de Saúde [de Lisboa e Vale do Tejo] tem desenvolvido esforços no sentido de aumentar a mobilidade dos profissionais, tentando dessa forma aproximá-los das populações, mas parece-nos que a primeiríssima prioridade é encontrar, tão cedo quanto possível, médicos especialistas de medicina geral e familiar para colmatar aqueles que ainda estão sem médico de família”, declarou.

Segundo a ARS Lisboa e Vale do Tejo, o concelho de Ourém tem 19.549 utentes com médico de família e 8.710 sem médico.

/Lusa

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