José Filomeno dos Santos foi acusado pelo Ministério Público angolano de vários crimes relacionados com a tentativa de apropriação de 500 milhões de dólares do Tesouro de Angola.
José Filomeno dos Santos ou Zenú, um dos filhos de José Eduardo dos Santos, foi acusado pelo Ministério Público angolano de vários crimes relacionados com a tentativa de apropriação de 500 milhões de dólares do Tesouro de Angola.
Segundo o Observador, tudo começou no verão do ano passado, quando Archer Mangueira, ministro das Finanças angolano, aterrou em Lisboa acompanhado de Valter Filipe, na altura governador do Banco Nacional de Angola.
A missão, conta o diário, era só uma: receber o representante do banco francês BNP Paribas, que havia enviado uma carta ao presidente José Eduardo dos Santos a propor constituir um Fundo de Investimento Estratégico através de um financiamento de 30 mil milhões de dólares, ou seja, 25,7 mil milhões de euros.
No entanto, nessa audiência, não apareceu ninguém do banco. Em vez dos franceses, estava José Filomeno dos Santos. O ministro das Finanças, insatisfeito, cancelou o encontro.
Mais tarde, o Ministério Público percebeu que este encontro era afinal um golpe, isto é, parte de um plano que visava tirar dinheiro ao Estado e que culminou agora numa acusação do Ministério Público pelos crimes e associação criminosa, falsificação, tráfico de influências, burla, peculato e branqueamento de capitais.
De acordo com o Maka Angola, as negociações não terminaram depois de Archer Mangueira bater com a porta. Sem se perceber como, o ministro acabou afastado das negociações e Valter Filipe assinou um contrato de consultoria com a empresa Mais Financial Services S.A. – empresa do amigo de Zenú – em julho de 2017.
Embora esta empresa não tenha chegado a prestar qualquer serviço, como garante o procurador angolano, recebeu do BNA 25 milhões de euros nesse mês.
Manuel Dias, vice-governador, suspeitou destes movimentos financeiros. Além disso, conta o diário, acabou por assinar um parecer que suscitava dúvidas sobre as capacidades da empresa para prestar os serviços a que se propunha, mas de nada serviu.
Pouco depois, o governador do BNA deu uma ordem verbal de transferência de 500 milhões de dólares a favor de um consórcio formado pela Mais Financial (de Jorge Sebastião) e pela Resource Project Partnership (de Hugo Onderwater). A transferência foi feita entre duas contas sediadas em Inglaterra e não respeitou os procedimentos administrativos. Estes são apenas alguns dos movimentos efetuados, explica o Observador.
Assim, Zenú e Valter Filipe são os dois principais arguidos do processo, tendo sido ambos exonerados dos cargos que ocupavam. Além deles, Jorge Sebastião e António Manuel, atual diretor do Departamento de Gestão de Reservas do BNA que fez a transferência, são acusados de crimes semelhantes, que podem implicar penas de prisão superiores a 20 anos.
O Ministério Público considera que todos eles se organizaram para conseguir sacar 500 milhões de dólares do estado angolano, desempenhando cada um deles um papel para o conseguirem. A maior parte do dinheiro foi recuperado, mas, ainda assim, o estado sofreu um prejuízo de mais de dez milhões de dólares.
Mas que novidade, quero ver é quando vêm as verdades sobre a filha!
E até agora não está também em prisão domiciliária porquê? Se fosse um de nós que apenas conseguimos roubar galinha já estaríamos presos.