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Arqueólogos descobrem relevo peruano com 3.800 anos

O relevo encontrado em Vichama, no Peru, tem 3.800 anos, pertence a uma das mais antigas civilizações do continente americano e os arqueólogos pensam que retrata um período de seca e de fome que este povo sofreu.

De acordo com a Deutsche Welle, que cita a agência peruana Andiana, os arqueólogos descobriram um relevo antigo que pertence a uma das mais antigas civilizações do continente americano.

O mural, com um metro de altura e 2,8 metros de comprimento, tem aproximadamente 3.800 anos e é composto por cobras e cabeças de homem. Foi descoberto no litoral do sítio arqueológico de Vichama, a 110 quilómetros a norte de Lima, a capital do país.

Vichama é um dos pontos de escavação da recentemente descoberta civilização Caral, também conhecida como Norte Chico, e está a ser explorada por vários arqueólogos desde 2007.

A civilização Caral tem cinco mil anos, sendo uma das mais antigas do continente americano, e desenvolveu-se ao mesmo tempo que as prósperas civilizações da Mesopotâmia, do Egipto e da China. A população vivia no Vale do Supe, ao longo da costa norte-central do Peru.

Datada de 1800 e 3500 A.C., pensa-se que Vichama fosse uma comunidade de pescadores e uma das várias cidades dos povos Caral. O mural agora encontrado era feito de adobe, um material semelhante a argila do qual eram feitos tijolos e estava localizado no ponto de entrada de um salão cerimonial.

O relevo mostra quatro cabeças humanas, lado a lado, com os olhos fechados, juntamente com duas cobras que passam entre elas. Os animais apontam as suas cabeças para aquilo que parece ser um símbolo de semente humanóide que cava o solo.

Segundo o arqueólogo Ruth Shady, que supervisiona a escavação e anunciou esta descoberta, teoriza que as serpentes podem representar uma divindade da água que irriga a terra e faz as sementes crescerem.

Shady, citada pela DW, afirma que o relevo foi provavelmente feito no final de um período de seca e de fome, até porque outros relevos descobertos nas proximidades mostravam pessoas magras e desfiguradas.

A equipa acredita que a descoberta deste relevo reforça a noção de que estes primeiros humanos estavam a tentar retratar as dificuldades que enfrentavam devido à mudança climática e à escassez de água, o que teve um grande impacto na sua produção agrícola.

Até agora, já foram descobertas no local de escavação de Caral ruínas de 22 edifícios num espaço de 25 hectares, que remontam entre 1.800 e 1.500 A.C.

ZAP //

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