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Marca espanhola cria sapato feito de lixo retirado dos oceanos

O lixo nos oceanos é um problema de longa data e aumenta de forma proporcional ao nosso consumo. A prática tem causado danos em inúmeras espécies marinhas,  como tartarugas e baleias.

Para ajudar a combater estes danos e posicionar-se como uma referência no mercado, a marca espanhola Ecoalf lançou uma nova coleção de sapatos, batizada de Shao, que é produzida a partir de lixo resgatado do oceano e de rios. Garrafas plásticas recolhidas nas costas do mar Mediterrâneo são a principal matéria-prima.

Para produzir cada sapato, é necessário recolher pelo menos 5 garrafas de plástico, que demorariam aproximadamente 500 anos a decompor-se naturalmente – isto, se não acabasse antes no estômago de algum animal.

As solas dos sapatos, por sua vez, são compostas a partir de uma alga, que é transformada num material semelhante a espuma. A remoção do excesso de algas também é benéfica para os oceanos, já que o desequilíbrio nos habitats marinhos provocado pelo excesso de algas é um problema conhecido.

O Shao tem um design minimalista, o que permite a sua produção em massa de forma tão eficiente quanto possível, tendo em consideração a limitada matéria prima que usa.

(cv) Ecoalf

O processo produz zero resíduos“, salienta a marca espanhola. “Apenas usamos dois materiais, e produzimos a sola de modo a reduzir o número de etapas na cadeia de fornecimento a apenas uma. Não há cordões, não há palmilha, e até o nosso logótipo é impresso de modo a usar uma quantidade mínima de tecido”.

O programa de recolha do lixo teve início em 2015, no porto de Alicante, e estendeu-se a 52 portos da costa espanhola, num processo que envolve mais de 3 mil pescadores e que já resgatou ao oceano mais de 250 toneladas de lixo. Em 2017, a Ecoalf estendeu o programa à Tailândia, a pedido do governo do país.

A nova colecção Shao estará disponível a partir de Setembro na loja online da marca, na qual poderá encontrar vários outros modelos e opções a um preço equivalente ao de uma marca normal – provando que é possível preocuparmo-nos com a natureza sem pagar mais por isso.

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