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Há uma cidade no mundo onde quase tudo é proibido

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Em Dawlish, o presidente da Câmara decidiu proibir que se deixe o carro com o motor ligado ou que se comam gelados a menos de um metro do lago.

Dawlish é um pequeno município no sul de Inglaterra,, muito conhecido pelas suas praias e pelas menções que a escritora Jane Austen fez no romance Sensibilidade e Bom Senso. Agora, é também conhecida como a cidade onde quase tudo é proibido.

Segundo a revista Visão, a fama de Dawlish começou com os cisnes pretos trazidos da Austrália que foram instalados numa pequena reserva aquática local. Atualmente, os cisnes são uma grande atração turística.

Para proteger os animais, o autarca de Dawlish, também conhecida como a Riviera inglesa, colocou uma tabuleta na qual estava inscrita a mensagem “é proibido dar pão ou qualquer outro tipo de comida que não seja a que se vende num quiosque para esse efeito”.

Mas, aquele que noutro sítio qualquer seria um aviso normal, tornou-se numa verdadeira obsessão para o autarca, que começou a colocar placas com interdições junto ao lago onde estão os cisnes.

Desta forma, passou a ser proibido passear os cães sem trela ou com trela muito comprida; estacionar sem pagar ou deixar o motor do carro ligado; comer gelados a menos de um metro do lago; deitar lixo nos contentores errados; jogar à bola; amarrar embarcações no porto da cidade; caminhar pelas ruas do passeio marítimo que estão em obras; andar de bicicleta ou patins em determinados locais; beber na rua e fazer barulho.

Esta lista infindável de interdições fez com que Dawlish passasse a ser conhecida como a localidade do Reino Unido com mais placas de proibição. Uma autêntica cidade onde o proibido impera. Continuará a ser a mais apetecida?

ZAP //

22 Comments

  1. Pois, por estranho que pareça, eu estou de acordo com o autarca de Dawlish. É que todas as medidas que o dito autarca entendeu que passassem a vigorar, todas elas sem excepção, são protectoras do ambiente, não emitem CO2, ou não permitem que indirectamente se produza CO2. É só pensar um bocadinho e depressa se chega a essa conclusão. Bom demais seria se todos os autarcas do mundo assim procedessem. Em breve, teríamos a questão das alterações climáticas bastante mais controlada, pelo menos naquele contributo, que é o maior de todos, que ao macaco humano respeita. Esta besta, no simples acto de procriar ou de copular por prazer, por divertimento ou por vício, emite cerca de 30 Kg de CO2 e o planeta já não tem clorofila para absorver tanto CO2. É só fazer as contas, se as souberem fazer. E então se entrarmos nos campos do turismo e das deslocações em massa, o cenário é aterrador. Por isso, parabéns pela sua iniciativa, senhor autarca de Dawlish. No dia em que já for tarde demais , todos irão seguir o seu exemplo.

    • Léria de utupista!.. amigo somos todos uma pinga no oceano!.. paises minúsculos e pequenos gestos valem 0.. até podes estar a retirar co2 nao tens impacto e estas a sacrificar o teu bem estar!.. enquanto a China e os EUA que representam mais de metade da poluição nao assumirem o seu papel, esquece!… é como tu nao deitares lixo no rio e ate ires la remover algum que vejas… mas se teveres umas 10 tinturarias a largar os afluentes la.. morre tudo à mesma!…

    • Pois foi pena de facto que os seus pais tivessem emitido os 30 Kg de CO2 ao procriá-lo.Se não o tivessem feito tinham ajudado a salvar o planeta e a sanidade mental de quem lê a sua prosa. Dá-se conta que se não procriarmos a humanidade desaparece? Vamos salvar o planeta para o deixar a quem? Já agora explique porque comer gelados a 1 metro do lago é uma medida ecológica? Se for a 2 metros já deixa de ser? Ou comer gelado a 2 metros já não é um problema de natureza ecológica? Proibir é típico dos fanáticos que se pensam detentores da verdade e a querem impor aos outros, independentemente de estarem certos ou errados.

      • Eu não tratei mal nem insultei quem quer que seja. Exprimi democraticamente uma opinião, o que julgava ser possível fazer no Portugal de hoje sem ser maltratado.
        O meu pai, que já não vive há muito tempo, foi climatologista numa linda cidade do sul de Inglaterra. Vi-o muitas vezes, a ele e outros, aplicarem as matemáticas para determinarem, aproximadamente, a quantidade de CO2 que certas atividades humanas produziam. Começaram a fazê-lo no início dos anos 70 do século passado, sobretudo depois de ter sido publicada, em 1972, uma famosa obra chamada «Os Limites do Crescimento», de Donella e Dennis Meadows e outros, que já então dedicava à poluição e seus efeitos cerca de trinta páginas (tal obra existe ou existiu traduzida em português). Eram cálculos e formulas de difícil domínio e foi a eles, que sabiam o que diziam, que eu ouvi pela primeira vez que o ato humano de procriar gerava cerca de 30 Kg de CO2. Por isso, a sanidade mental de quem lê a minha prosa fica intacta, não se preocupe.

      • Ninguém o insultou nem pôs em causa o que o seu pai lhe disse nem tampouco a sua liberdade de dizer o que lhe aprouver. Fica, porém, como é normal numa sociedade democrática, sujeito a crítica. Mas a questão para mim não é essa, a questão é o absurdo a que se pode chegar quando não se medem as palavras. Extrapolando o que disse, eu também podia afirmar que se estivéssemos todos mortos, obviamente não poderíamos prejudicar o planeta. Mas como não desejo o fim da raça humana não me parece uma boa solução. Mutatis mutandis, o mesmo aplica-se à procriação. Percebe agora? O outro ponto tem a ver com a sanha probitiva tão tipica dos que exercem autoridade e acham que podem impor a sua vontade a terceiros na base apenas do exercício que lhes foi confiado. E ai podemos chegar ao ridículo do metro para o consumo de gelados…

  2. Você tem boas motivações Thomas, mas a meu ver equaciona mal o problema e tenta ver soluções onde não estão os verdadeiros problemas. A indústria é que tem de se modernizar. Os carros têm de passar a ser produzidos todos eléctricos, as indústrias têm de se tornar mais verde assim como a agricultura, essas sim as verdadeiras causas humanas de aquecimento global. Estar a carregar em proibições nos cidadãos e no pequeno poluente que deixa o seu carrinho ligado dois ou três minutos.

    O que estas proibiçõezinhas pretendem é apanhar pessoas desprevenidas “na curva” para espetar com a multinha para engordar os cofres do Council. Nada contribuem para um melhor ambiente. Isto é também típico de um país como o Reino Unido em que há uma tradicional fricção entre estado e cidadania. Os cidadãos só sabem estar sempre a falar nos seus “direitos” e o estado só sabe falar em proibiçõezinhas. É o país do proibido, dos vizinhos a fazer queixinhas dos vizinhos, dos cidadãos a comportar-se como miudos queixinhas da escola primária a tentar sempre entalar o vizinho do lado, das camaras de vigilância Orwellianas e da invasão de privacidade.

    Como tal, no país das proibições Kafkianas e Orwellianas, haver uma cidade que proibe “tudo”, no fundo nem é de admirar.

    • É por causa de ter regras e de estas serem impostas que Inglaterra tem tantas zonas que dá gosto visitar. Ordem, arrumação, bom gosto, civismo. Quem dera a Portugal ter um bocadinho desse sentido de ordem.

    • Respeito inteiramente o seu ponto de vista, até porque concordo consigo na questão da indústria. Mas o que eu quis dizer e realçar é que certas atividades aparentemente tão pequenas e inócuas, produzem CO2 em quantidades que nunca imaginámos.

  3. Há quem diga e é absurdamente verdade, olhando a um texto de Júlio Roberto que traduz o “Poema Ecológico:” Carta do Chefe Seattle em 1854 ao Grande Chefe Branco de Washington, a dado momento o Chefe Índio diz o Homem Branco: … “Um dia vocês acordarão deitados nos vossos próprios resíduos”…
    Isto em 1854 e estamos em que Séc:? mais fácil 2018. O meu aplauso e por favor, quem quiser fazer turismo ou outro mesmo os nativos, aplicam o que é mais simples de executarem prólogo da mãe natureza. Bem Haja.

    • parte de uma carta enviada em 1855, pelo cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce).
      Só quando o último rio secar,
      a última árvore for cortada
      e o último peixe pescado,
      o homem branco vai entender ,
      que dinheiro não se come.

      • Meu caro Zacarias, perfeito a sua apreciação, somente não acrescentei mais ao texto porque achei que a frase curta, mas profundamente esclarecedora e ao mesmo tempo perturbadora. Diria quase um visionário e extremamente actual.

  4. Para mim que até já vice-presidente do núcleo de Lisboa da Quercus fui e que aos 15 anos já era sócio da LPN, ler esta corja de cavalices sobre o ambiente, como se alguma vez o problema estivesse nos cães à trela ou no carro ligado parado, é de uma mentecaptice de bradar aos céus.

    Como é que é possível não ver que isto são pretextos de gente que gosta de aproveitar os seus pequenos poderes para deitar a mão ao bolso das formiguinhas (que é como esta gente olha para o povo quando está em posições com um pouco de poder). Tudo e todos passa a ser visto como um sumo a expremer… Uma plantação de escravos para dar ordens e extorquir ao máximo.

    Isto agrada é àquela gentinha com mentalidade de soldadinho de chumbo, que gosta de autoritarismos e de ser pau mandado. Gente com preguiça mental para pensar por si e que prefere obedecer a ordens estúpidas para não ter de ter pensamento crítico. Essa malta que gosta de dizer que sabem alguma coisa sobre auto-disciplina, porque foram à tropa e tal…

    Quem é o burro que não percebe que este bandalho do mayor de Dawlish apenas quer obrigar as pessoas a comprar comida para os cisnes de um quiosque oficial com comida oficial, para meter ao bolso com as vendas? Faz lembrar nos anos 70 quando foi obrigatório o uso de um capacete “homologado” oficial para as motorizadas. Capacete esse que deixado cair ao chão da altura da cintura, se escacava todo aos pedaços. Mas isso é que esta malta dos paus mandados gostam. É o quanto mais me bates mais eu gosto de ti… É “o que isto precisava era de um Hitler ou de um Salazar”… É os populismos bacocos da moda… Os radicalismos de merd@ que não têm onde cair ideológicamente… São os carneiros deste mundo. Carneiros e burros: Dois em um.

    É o eterno “tapar o sol com a peneira”. Multam-se as pessoas que deixam os carros a trabalhar, mas não se multam as fábricas por poluir, nem indústria agro-pecuária por contribuir mais para as emissões de CO2 do que todos os “carros parados ligados” juntos. Multam-se as pessoas para religar a luz que não se conseguiu pagar a tempo, mas perdoam-se 7,5 milhões de euros de multa à EDP. Isso multa o pequeno comerciante se ele se atrasa na declaração do IVA mas deixa os grandes negócios meter os lucros em off-shore e perdoa-lhes as dívidas fiscais todas.

    Epá continuem com essa mentalidade merdosa das proibiçõezinhas provincianas e tacanhas, que vão longe. Como dizia um patrão meu, numa empresa com mau ambiente de trabalho, quanto mais abaixo na hierarquia, pior o sacana. É ver as empregadas da limpeza a fazer a folha umas às outras. No inferno, no caldeirão dos portugueses, não são precisos diabos e impedir que as pessoas escapem lá de dentro: de cada vez que um tenta fugir, os outros puxam-no pra baixo.

    Não, não é com autoritarismos aplicados à extorção do pequeno, que se resolvem os problemas. Aliás, tais medidas nem visam resolver nada… Apenas visam manipular as mentes simples para elas se continuarem a auto-fustigar “mea culpa, mea culpa” enquanto os verdadeiros causadores dos problemas se continuam a rir à custa da tanta ingenuidade. Os países onde se vive com bom ambiente e boa qualidade de vida, são precisamente aqueles onde há mais liberdade, já pararam pra reflectir? Escandinávia, Suiça, etc… Agora comparem com países autoritários como a China, a Venezuela, a Russia ou os EUA… E digam se estes últimos têm melhor ambiente e qualidade de vida, do que os primeiros.

    • “Mais liberdade” e Suíça na mesma frase?!
      Não brinque!… eu nunca vi uma sociedade tão regrada e controla!…
      Só para ter uma ideia, há uns 10 anos, fui lá multado por ter o carro parado a trabalhar – até deve ter sido lá que este artista inglês foi buscar a ideia (tanto é que, quando li esta notícia lembrei-me logo da Suíça)!!
      Cuidado com os exemplos sem conhecimento de causa porque aposto que em termos de proibições, de multas, etc, este palerma inglês tem muito que “aprender” com a maioria das comunas justiças…

    • MMQ, Escandinávia e Suíça são, por sinal, regiões onde imperam regras bem apertadas do que nos países autoritários que mencionou (de onde excluo os EUA pois só num delírio alucinado o pode considerar-se um “país autoritário”).

      Não é possível um sociedade avançada e altamente civilizada sem regras apertadas.

      • Eu! esqueceu-se de dizer que na Suiça existe democracia directa, qualquer um pode reunir votos suficientes para qualquer coisa ir a votação e se quiserem acabar com qualquer lei parva que seja, os cidadãos podem, ao contrário de cá

      • Não, não me esqueci – até porque a questão nem era essa!
        E, não é bem assim (nem lá, nem cá), mas pronto… uma coisa é certa: lá há muitas mais leis parvas/controlo das pessoas do que cá!

  5. Portugal para os pequenos, também é proibido, com a exceção dos VIP,s. leis para Ricos, e leis para Pobres, é o nosso destino.
    BIBA PORTUGAL

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