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Centeno avisa professores: o Orçamento de Estado é para todos e tem de ser sustentável

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partidosocialista / Flickr

O ministro das Finanças, Mário Centeno

Em entrevista ao jornal Público, o ministro das Finanças deixou um aviso claro aos professores. “O orçamento é para todos os portugueses e tem de ser sustentável”, alertou Mário Centeno.

Em entrevista ao Público, Mário Centeno, advertiu os partidos de que “não é possível pôr em causa a sustentabilidade de algo que afeta todos, só por causa” da contabilização do tempo de serviço dos professores. Além disso, o ministro das Finanças salientou ainda que o Orçamento do Estado “é um exercício complexo e para todos os portugueses”.

“Temos em nome de todos os portugueses, de propor um orçamento que seja sustentável, que olhe para o futuro e mostre a continuação do caminho que temos vindo a seguir até aqui. Ninguém iria entender que não fizéssemos exatamente isto e, portanto, não gostaria de singularizar num só tópico. Temos um orçamento, repito, que é para todos os portugueses e que tem de ser sustentável“, disse.

O governante lembrou na entrevista que o Governo “tomou muitas decisões com incidência na carreira dos professores e a primeira foi assumir a contagem do tempo com descongelamento”.

“A dinâmica da carreira dos professores e das regras estabelecidas significa que, ao longo deste ano, 46 mil professores vão progredir e, embora esse impacto financeiro seja desfasado, este ano é de 37 milhões de euros. O OE para 2019 terá uma verba adicional de 107 milhões de euros para fazer face às progressões. Essa aceleração não tem paralelo nas outras carreiras da administração pública”, disse.

Mário Centeno realçou também que “este Governo é o primeiro, em muitos anos, que respeita na íntegra o estatuto da carreira docente e que tem feito um esforço enorme no aumento do número de docentes“.

Sobre a recomposição da carreira docente, Mário Centeno disse que este “é um debate que tem de ter, em primeira mão, com os sindicatos”, sublinhando que para ser encontrada uma solução, “todas as variáveis da equação têm de estar em cima da mesa”.

A saúde foi outros dos temas abordados na entrevista ao jornal Público, com o ministro das Finanças a salientar que este setor viu um reforço de investimento nos últimos três anos.

“Nós temos reforçado e muito o investimento. No setor da saúde, por exemplo”, disse acrescentando que a saúde é “um tema muito sensível e que tem de ser discutido com enorme clareza, porque os interesses envolvidos são muito grandes”.

“É factual que a despesa orçamentada na Saúde em 2018 é de 700 milhões de euros superior à de 2015. E corremos o risco de, como em 2016 e 2017, a despesa realizada vir a ser superior à orçamentada. É muito dinheiro, é um crescimento entre 8% a 9% do orçamento da saúde em três anos”, disse.

Em relação às denúncias de vários profissionais sobre a falta de condições e investimento no setor, Centeno disse “não ser possível que, num sistema que tem dezenas, centenas de serviços dispersos, no caso da Saúde a funcionar 24 horas” se possa ter “a presunção de dizer que não há situações que não devam ser acomodadas”.

O ministro afirmou, contudo, que alguns “estudos de opinião que têm sido feitos têm demonstrado que a esmagadora maioria dos portugueses está satisfeita e considera que o Serviço nacional de Saúde (SNS) é suficiente, bom ou muito bom”.

Ainda sobre o setor da saúde e no que diz respeito à base de dados da administração pública, Centeno adiantou que o concurso já foi concluído, a escolha da empresa foi feita e vai ser implementada, sendo a expectativa de que seja até ao fim do ano.

Sobre se as cativações vão ser inferiores, Mário Centeno diz que o objetivo é “cumprir o défice, que os serviços públicos funcionem e que haja verbas ao longo de todo o ano”.

“O pior erro que um ministro das Finanças pode cometer é comprometer o mesmo euro duas vezes. E infelizmente, Portugal tem uma longa história de comprometer o mesmo euro duas vezes. Não podemos voltar a esse tempo.”

// Lusa

7 Comments

  1. Não são só os professores que terão direito ao descongelamento dos ditos anos. Na função pública há muitas carreiras na mesma situação. Ou é para todos, ou não é para ninguém.

  2. Sem o euro, nada disto acontecia. Agora é ir com a nau ao fundo, armados em capitães de patinhos de borracha. É tão bom ser global.

  3. Se é para todos então o corte nas progressões também teria que ser para todos, como não foi obviamente que não será para ninguém, isto obviamente se não quer estar a cometer uma injustiça punida por lei!!!

  4. Casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão! Uma vez acabados os dias do esbanjamento assim um pouco há maneira de agradar a todos mas sobretudo mais aos funcionários públicos, chega-se à conclusão de que muitos serviços estão a ficar espoliados e inoperacionais e algumas promessas vão ter que ficar pelo caminho para evitar que o barco vá ao fundo uma vez mais, procurar dar o passo maior do que a perna na tentativa de fazer crer que se é melhor e mais inteligente do que o outro pode dar para o torto e parece que para lá caminhamos.

    • é “à maneira” e não há maneira. Esse há não leva h. Se levasse h era capaz de não o pôr. Não é uma forma do verbo haver. Não sabe a diferença entre à e há? Está mal.

  5. Dizer que «o orçamento é para todos os portugueses…» até parece fazer sentido. Só que, como sempre, não é dito a quem vai caber a parte de leão. E de certeza que, também como sempre, não vai ser aos professores. Por isso, meter a classe docente nesta questão não é mais do que falacioso aproveitamento para tentar ficar bem na fotografia perante a opinião pública.
    Intenção idêntica parece emergir da afirmação «ao longo deste ano 46 mil professores vão progredir». Até poderá vir a ser verdade, mas é de perguntar: quais professores? É que é bem possível que sejam aqueles que até já não estão mal de todo, e o tempo que o Governo se dispõe a repor seja suficiente para uma “subidinha” nos seus vencimentos.
    E aqueles que, mesmo vinculados ao M.E. e integrando quadros de Zona ou mesmo de Agrupamento, e com 15 ou 20 anos de serviço, continuarão na humilhante situação de auferir o salário de precário? Será que Centeno tem conhecimento dessa realidade? Será que a recuperação de 2 anos, 9 meses e 18 dias, que o Governo propõe, é tempo suficiente para que estes profissionais tenham direito a alguma coisa?
    Depois, tentar comparar a “carreira” docente com as outras carreiras do sector público é outra maneira de atirar areia aos olhos da opinião pública. A “carreira” docente é uma não carreira. O professor faz a mesma coisa ao longo da sua vida profissional. Na generalidade da restante Administração Pública o funcionário pode progredir, em função da sua experiência, competência adquirida, formação escolar ou académica que possua ou vá possuindo, dos concursos a que se submeta para o efeito, e até, como hoje acontece, por uma ou outra “cunha” ou por “encosto” partidário.
    E se os processos ditos de progressão se baseiam unicamente no aumento de salário, processos com os quais não estou de acordo, isso se deve aos estratagemas dos governos, porque lhes deu e continua a dar jeito, poupando dinheiro e/ou tornando legal o que legal não deve ser. É que cortar nos salários parece muito mais ilegítimo e afrontoso do que não aumentar os salários, quando afinal pode ser exactamente a mesma coisa.
    Em meu entender, a subida de salário só se justifica pelas razões seguintes: subida de categoria e ter maiores responsabilidades ou para acompanhamento da inflação.
    Era assim que acontecia dantes. E devia ser assim ainda hoje, para todos os trabalhadores, fossem do sector público ou privado. Fosse professor, fosse médico ou enfermeiro, fosse chefe de serviço, fosse técnico superior, assistente, auxiliar, pedreiro electricista ou qualquer outro trabalhador da construção civil, operário fabril, etc., Assim devia ser, mas para isso o profissional teria de auferir de um salário justo, que lhe permitisse viver com dignidade sem ter de estar à espera da ESMOLA DOS AUMENTOS, para poder fingir que ganha o que merece.
    Assim devia ser, repito, mas o patronato, público e privado, não está para ai virado. Prefere parecer caritativo, amigo dos trabalhadores, quando afinal só procura viver à custa deles.
    Voltando aos professores, para concluir, todo este confronto entre a sua classe e o Governo não teria lugar se em vez da progressão salarial, que todos desejam, auferissem um salário justo, compatível com as nobres e difíceis funções que desempenham. De que lhes serve um salário mais ou menos confortável quando caminham para a velhice, se durante a maior parte da sua vida activa, onde a pujança ainda consegue enfrentar o desgaste, são obrigados a viver sabe Deus com que sacrifícios, para tentarem fazer face ao estatuto social que a profissão lhes impõe.
    Haja honestidade intelectual quando se abordam questões desta natureza, coisa que parece faltar pelas bandas do M.E.

  6. Oh dr. centeno e se a vossa senhoria lhe dessem um chuto no c** e o mandassem embora daqueles cargos que vossemecê tem lá pelas uniões europeias sem lhe contarem um único dia de serviço em nome do orçamento comunitário? Como é que vossemecê se iria sentir assim roubado e espoliado? – Pois então ponha os olhos nos professores e talvez compreenda um pouco melhor o que os mesmos sentem e reivindicam. Se vossemecê não me conta o tempo que me roubaram pode ter a certeza que vamos votar naquela lambisgóia (que é como se diz na minha província) da Senhora Doutora Assunção das Cristas, que é uma mulher ás direitas, caralh** .

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