Mulheres que comem fast food com regularidade e deixam de lado o consumo de fruta podem ter mais dificuldades em engravidar.
No fundo, a conclusão do estudo é que uma dieta nutritiva aumenta a capacidade reprodutiva. A “comida de plástico” e a ausência de fruta aumentam as probabilidades de uma mulher ter problemas a engravidar.
Uma análise com 5.598 mulheres mostrou que as que se alimentam quatro ou mais vezes por semana de fast food tendiam a demorar um mês a mais a engravidar do que as que comiam raramente ou nunca.
Além disso, os investigadores concluíram que as mulheres que comem menos do que três peças de fruta por mês demoram, em média, mais 50% de tempo a engravidar, em comparação com mulheres que comem mais do que três unidades mensalmente.
Avaliando a possibilidade de as mulheres analisada não engravidarem no período de um anos, os cientistas identificaram que, na média geral, essa possibilidade era de 8% e que subia para 12% entre as mulheres que comiam pouca fruta e para 16% entre as mulheres que consumiam fast food excessivamente.
“Os resultados mostram que uma dieta de qualidade, equilibrada, com muitas frutos e o mínimo consumo de fast food, melhora a fertilidade e reduz o tempo de engravidar”, afirmou Claire Roberts, líder da investigação de professora da Universidade de Adelaide, na Austrália.
O estudo, publicado recentemente na Human Reproduction, mostrou ainda – para surpresa dos investigadores – que não existe qualquer ligação entre o tempo que uma mulher demora a engravidar e a ingestão de vegetais ou peixe.
Assim, só foram identificados os efeitos “protetores” das frutas. “Frutas e vegetais contêm uma variedade enorme de antioxidantes que podem, de facto, beneficiar a fertilidade. No entanto, como só questionamos as participantes a respeito de vegetais com folhas verdes, e não de outro tipo de vegetais, limitamos o nosso conhecimento sobre o impacto que os vegetais podem ter na fertilidade de uma mulher”, adianta a especialista.
Além disso, os cientistas admitem a possibilidade de outros fatores externos poderem ter afetado os resultados da investigação. No entanto, garantem que existem várias evidências de que a dieta da mulher afeta a sua probabilidade de engravidar.
Ainda assim, foram registadas complicações no estudo – para as quais os cientistas chamam a atenção – tais como a dificuldade de as mulheres entrevistadas se lembrarem do que tinham comido nos meses antes de engravidar.
Apesar disso, o estudo sustenta algo que muitos profissionais de saúde têm vindo a defender ao longo dos tempos: “refeições saudáveis são benéficas para casais que estão a tentar ter filhos”, conclui Claire Roberts.
ZAP // BBC
Também quero uma bolsa de estudo para investigar coisas completamente descabidas (lá vai a comunidade médica cair-me em cima), e insistir num “mainstream” inventado. Não tenho nada contra a alimentação saudável, mas parece-me que há uma corrente que se está a tornar demasiado fanática, querendo impor à força um determinado estilo de vida. Já presenciei esta postura noutras sociedades e algumas acabaram bastante mal. Como se já diz o povo “nem oito, nem oitenta”.