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Tempos de espera para consultas acima dos dois anos em vários hospitais

No final do ano passado, pelo menos uma dezena de hospitais tinha tempos de espera para primeiras consultas de especialidade acima dos dois anos.

Os tempos de espera para primeiras consultas de especialidade estão acima dos dois anos em vários hospitais portugueses.

Os dados mais recentes do Ministério da Saúde revelam que, a 30 de novembro, pelo menos 74 consultas apresentavam prazos médicos acima de um ano, quando não deveriam exceder os 150 dias. Esta situação afetava cerca de cem mil doentes.

O Diário de Notícias refere que um dos casos mais dramáticos é o da especialidade de dermatologia no Hospital de Aveiro, que apresentava perto de 1900 dias de espera para uma consulta prioritária, isto é, mais de cinco anos para uma consulta que devia ter resposta em dois meses.

Além da dermatologia, a ortopedia, urologia ou reumatologia são outras das áreas mais afetadas nos 60 hospitais que o jornal analisou. Também a oftalmologia é uma das que tem mais tempos de espera.

No que diz respeito às unidades de saúde, o hospital de Vila Real destaca-se como a unidade com mais especialidades com atrasos superiores a dois anos: quatro, desde logo com urologia, que em novembro apresentava um tempo de espera médio de 1599 dias (mais de quatro anos).

Ao DN, o Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que inclui o Hospital Infante D. Pedro, de Aveiro, garante que a a situação melhorou, mas que atualmente a espera continua a ser de três anos. A falta de profissionais de saúde e de vagas são a justificação que o hospital apresenta para estes atrasos.

O hospital adianta que pediu vagas para contratar recém-especialistas, mas que nem todos os pedidos foram atendidos pela Administração Central do Sistema de Saúde e que, no caso da dermatologia, a única vaga que abriu não teve concorrentes.

Esta situação foi denunciada no início do ano pelo Sindicato Independente dos Médicos, que citou dados disponíveis no Portal do SNS referentes a outubro o ano passado. Esta análise demonstrou que mais de metade dos hospitais públicos está a falhar os tempos máximos de resposta legalmente previstos para primeiras consultas de especialidade.

O Sindicato apontava o facto de metade do horário normal de trabalho dos especialistas ser dedicado ao serviço de urgências para justificar os atrasos nas consultas de especialidade.

ZAP //

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