O empresário manifestou a necessidade de se criar um organismo que regule o desenvolvimento da Inteligência Artificial porque, no futuro, vai superar as capacidades dos seres humanos.
O fundador das empresas SpaceX e Tesla, Elon Musk, advertiu para o sério perigo que a Inteligência Artificial (IA) pode trazer porque, na sua opinião, “é bem mais perigosa do que as ogivas nucleares”.
“Estou muito próximo da IA e devo dizer que me assusta muito. É capaz de muito mais do que quase ninguém sabe e a sua taxa de melhoria é exponencial”, sublinhou.
Numa conferência sobre tecnologia em Austin, Texas, o empresário sul-africano manifestou a necessidade de criar um organismo que regule o seu desenvolvimento. Segundo Musk, a também chamada “inteligência computacional”, vai superar as capacidades do ser humano e há que tratar do assunto de forma segura.
Embora admita que não costume ser um “defensor da regulação e da supervisão”, Musk considera que a Humanidade corre grave perigo e, portanto, qualifica de “extrema importância” criar um organismo público com conhecimentos suficientes para conseguir supervisionar o desenvolvimento da IA de forma segura.
Para exemplificar esta opinião, o multimilionário usou o exemplo do sistema de IA conhecido como “AlphaGo Zero”, desenvolvido pela empresa DeepMind – adquirida pelo Google em 2014 -, que aprendeu a jogar o famoso jogo de estratégia chinês Go sem a intervenção humana. Simplesmente através de um jogo aleatório contra si mesmo. Além disso, a sua versão melhorada, “AlphaZero”, conseguiu derrotar inclusivamente o AlphaGo.
No entanto, Musk destacou que não o preocupa a IA em aplicações específicas como, por exemplo, nos carros autónomos ou outras ferramentas, porque não gera riscos severos. Por outro lado, enfatiza o perigo da “super inteligência digital” em máquinas com múltiplas funções, cuja potência de cálculo é “um milhão de vezes maior”.
“A sua taxa de melhoria é realmente dramática. Temos de encontrar a forma de garantir que a chegada da super inteligência digital seja simbiótica com a humanidade. Creio que essa é a maior crise existencial que enfrentamos e a mais urgente”, assegurou.