Esta segunda-feira é publicado em Diário da República um despacho que autoriza a realização de testes diagnósticos do vírus VIH e da hepatite B e C em farmácias.
Foi pela “defesa do interesse público” que o Ministério da Saúde autorizou a realização de testes rápidos para a deteção do VIH e de hepatites virais (B e C) nas farmácias.
Com a publicação do despacho em Diário da República esta segunda-feira, os utentes passam a poder realizar o teste sem necessidade de prescrição médica. Basta um picada no dedo e a recolha de três gotas de sangue e, em 15 minutos, o utente tem acesso aos resultados.
Os preços dos testes ainda não são conhecidos e a adesão dos estabelecimentos é voluntária, revela o Público.
Estes testes já estão disponíveis há alguns anos de forma gratuita, quer em hospitais e centros de saúde, quer em centros de aconselhamento de deteção precoce da infeção VIH/sida (CAD), em centros de respostas integradas para comportamentos aditivos e dependências (CRI) e em diversas organizações de base comunitária.
No entanto, a sua venda ainda era vedada a farmácias. Em 2011 e 2012, foi realizado no Algarve um projeto-piloto, que acabou por não ser alargado ao resto do país.
Em Espanha, o custo deste tipo de dispositivos varia entre os 25 e os 30 euros, mas em Portugal os preços ainda terão que ser definidos pelo Infarmed (Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde).
A diretora dos programas nacionais para a infeção VIH/sida e hepatites virais da Direção-Geral da Saúde (DGS), a médica Isabel Aldir, acredita que o mais importante é “diversificar as formas de as pessoas acederem aos testes. Esta medida vai permitir identificar de forma mais precoce casos de infeção e acabará por contribuir para reduzir o estigma social”.
Paula Martins, bastonária da Ordem dos Farmacêuticos, reforça, por sua vez, que o objetivo é chegar a grupos que geralmente não aderem às medidas convencionais, “quebrando o ciclo de transmissão e mudando o padrão epidemiológico”.
Estes testes rápidos que passarão a estar disponíveis nas farmácias que aderirem à iniciativa terão sempre que ser confirmados posteriormente em caso de reação (positivos). No caso do VIH, é preciso observar o chamado “período janela”, que é de três meses após a exposição ou contacto.
A vantagem é que, com este modelo que envolve as farmácias e os laboratórios, existe a garantia de que o farmacêutico ou outro profissional de saúde comunica o resultado e encaminha a pessoa para cuidados médicos, enfatiza a médica Isabel Aldir.
“É uma medida emblemática, um passo em frente. Estes testes serão efetuados em condições de privacidade, num gabinete, os resultados serão transmitidos ali e a ocasião será aproveitada para fornecer informação adicional”, explica ainda a bastonária Paula Martins.
“Já temos a experiência do programa troca de seringas e, apesar de se falar então no risco de discriminação, nada disso aconteceu”, recorda.
Ora bem.
Eu tenho um estabelecimento comercial e gostaria de saber se também posso vender produtos farmacêuticos.
Esta questão que coloco é pelo que constato quando entro numa farmácia e vejo que lá se vende de tudo.
Grato antecipadamente pela informação que vier a ser disponibilizada.