A questão do número de pessoas que frequentam as cidades mais visitadas do mundo foi um dos temas centrais da Feira de Turismo de Berlim. O turismo excessivo tem vindo a preocupar os profissionais do setor que, temendo a saturação, tentam encontrar uma solução.
De 1995 a 2016, o número de turistas passou de 525 milhões para mais de 1,2 mil milhões, graças às companhias aéreas de baixo custo e ao aumento de turistas oriundos de mercados emergentes como a China, Índia e países do Golfo.
“Em 2030, haverá 1,8 mil milhões de turistas no mundo. Uma coisa é certa: este crescimento infinito é impossível num espaço que é limitado, o que gera cada vez mais conflitos visíveis”, frisa Roland Conrady, diretor científico da Feira de Turismo de Berlim (ITB), citado pelo RFI.
O ano passado ficou marcado pelo aumento recorde de 7% no número de turistas no mundo e pelos movimentos de rejeição – por parte de algumas cidade – ao turismo de massa. A cidade de Dubrovnik, na Croácia, impõe cotas aos seus visitantes, por exemplo.
De modo a ameaçar certos locais devido ao número excessivo de pessoas que os visitam, os profissionais do setor estão a estudar algumas medidas possíveis para evitar que o turismo se destrua a si próprio.
A medida principal passa por repartir melhor o fluxo de visitantes. Veneza, na Itália, já limita o acesso da sua lagoa aos inúmeros barcos de cruzeiro que por ali passam. Além disso, a cidade edita também um guia mensal no qual proporciona aos turistas outros locais menos conhecidos, passíveis de serem visitados.
Outra solução passa por aumentar os preços de modo a dissuadir os visitantes. A Torre Eiffel, em Paris, financiou as obras de renovação aumentando 50% o bilhete de entrada, por exemplo.
A tecnologia pode também ser uma aliada na luta contra o turismo excessivo. Em Amesterdão, há um site que informa os visitantes, em tempo real, do tempo de espera nas filas e, em breve, uma nova aplicação indicará os lugares a visitar.
Por outro lado, a Internet impulsiona o aumento de turistas. A hospedagem mais barata atrai pessoas de todo o mundo, suscitando rejeição extrema entre a população local.
De acordo com o RFI, que cita um estudo sobre “turismo excessivo” realizado pela empresa de consultoria McKinsey, 36% dos moradores das zonas que sofrem deste fenómeno consideram que os turistas geram uma “pressão excessiva”. Há seis meses, eram apenas 18%.
Os profissionais do setor apostam numa melhoria da situação através da mudança de comportamento por parte dos turistas entre a faixa etária dos 18 aos 35 anos que, por receio de ficarem dececionados com um único lugar, partem em busca de mais experiências e em lugares diferentes, muitas vezes não convencionais.
lol venham pro algarve 😉