Uma estirpe de Leishmaniose, que alguns chamam de “doença jihadista”, começou repentinamente a afligir os territórios capturados pelo Daesh, causando decomposição e apodrecimento da pele das suas vítimas, começando pelo rosto.
A “doença jihadista”, que transforma os afectados em “zombies” e que nunca tinha sido detectada na Síria e no Iraque, chegou a estes países ao mesmo tempo que o Daesh. A temível enfermidade alastra-se habitualmente através de moscas que não são endémicas desta região.
Agora que a maior parte dos territórios ocupados pelos terroristas foi libertada, os cientistas tiveram finalmente oportunidade de estudar os infectados e descobrir a estirpe específica do patogeno, informação indispensável para criar a vacina: Leishmania major.
As moscas que transportam esta estirpe particular do vírus terão vindo do Irão, país hostil aos militantes do Daesh, segundo concluiu a pesquisa publicada a semana passada na revista Neglected Tropical Diseases da PLOS.
Os cientistas sugerem que originalmente estas moscas foram trazidas por hamsters iranianos para os novos territórios. Após chegarem à sua nova localização, as moscas prosperaram nos numerosos cadáveres dos oponentes aos terroristas, que eram frequentemente deixados a apodrecer nas ruas das cidades iraquianas e sírias.
Segundo os cientistas, foram estas condições que permitiram a propagação desta estirpe, que alastrou de uma região em que era endémica para uma região não endémica, provocando uma crise de saúde pública.
A leishmaniose, doença causada por protozoários parasitas do género Leishmania e disseminada pela picada de certos tipos de moscas, causa uma necrose que se alastra por todo o corpo, às vezes iniciando-se por dentro, que faz com que o corpo do doente apodreça e se desfaça. A forma interna da doença pode matar a vítima em 20-30 dias.
As infecções em seres humanos são causadas por mais de 20 espécies de Leishmania. Entre os factores de risco estão a pobreza, desnutrição, e densidade populacional humana e canina nas regiões urbanas. Actualmente há cerca de 12 milhões de pessoas estão infectadas em 98 países.
Os protótipos da primeira vacina apareceram em fevereiro de 2017, mas os cientistas têm agora uma oportunidade de os aperfeiçoar, para combater com maior precisão a estirpe que, literalmente, devora a Síria e o Iraque.
ZAP // Sputnik News / Science Ddaily