Em 2015, dois bebés do sexo masculino foram trocados às nascença, na Índia. No entanto, as famílias não querem trocar as crianças. Em vez disso, vão deixá-las crescer e decidir com quem querem viver.
Em 2015, duas mulheres indianas dera à luz no mesmo dia, apenas com uma hora de diferença, no Hospital Civil de Mangaldai, em Assam, no noroeste da Índia. Uma semana depois, já em casa, a mãe de uma das crianças disse ao marido que aquele bebé não era o deles, suspeita que viria a ser confirmada através de testes de ADN.
De acordo com a BBC, Salma Parbin deu entrada no hospital às 6h00 do dia 11 de março de 2015. Uma semana depois do parto, Salma suspeitou que aquele não era o seu filho. Salma disse lembrar-se de ter visto outra mulher na sala de partos, suspeitando assim que as crianças tivessem sido trocadas na maternidade.
Shahabuddin Ahmed, marido de Salma, denunciou a situação ao responsável do estabelecimento hospitalar que lhe terá respondido que a mulher precisava de ajuda psiquiátrica. Mesmo assim, Ahmed não desistiu de investigar a situação.
O casal pediu o registo dos nascimentos do dia 11 de março de 2015 e, um mês depois de os ter pedido, percebeu que sete mulheres tinham dado à luz e que uma delas pertencia à tribo Bodo – tal como a mulher que Salma viu na sala de partos.
Esta mulher, tal como Salma, tinha parido um bebé do sexo masculino, com cerca de 3kg, e os partos tinham ocorrido apenas com cinco minutos de intervalo.
Ahmed escreveu uma carta à família a explicar o sucedido e, embora o casal que estava a criar o filho de Salma não tivesse suspeitado da troca, assim que se encontraram, as suspeitas desapareceram.
“A primeira vez que o vi, percebi que ele se parecia com o pai. Fiquei muito triste e chorei. Nós somos da tribo Bodo, não somos como os outros povos muçulmanos. Somos diferentes, temos características da Mongólia“, disse Shewali Boro, a mãe que estava a criar o filho de Salma e Ahmed.
Salma quis trocar as crianças assim que viu o seu filho pela primeira vez, mas a outra mãe não o quis fazer. A mãe da tribo Bodo não quer trocar o filho porque se habituou à família que o criou. Também a mulher de Ahmed não se sente preparada para abdicar da criança que tem educado.
Segundo o DN, os dois meninos estão a ser criados em religiões diferentes e iriam enfrentar várias dificuldades em adaptar-se não só a uma nova família, mas também a costumes e alimentação diferentes.
A solução encontrada pelas duas famílias, em acordo, é manterem a situação como está e deixarem as crianças decidir com quem querem viver quando crescerem. “Uma criança é uma criança. Ele é um dom de Deus, não é hindu ou muçulmano”, justifica Ahmed, sublinhando que a religião não é o mais importante nesta história.