Arqueólogos russos e suíços encontraram no sul da Sibéria os restos de um monumento que pode ser um dos mais antigos e ricos túmulos dos citas, os “dothraki” da Eurásia antiga.
O túmulo Tunnug-1 foi descoberto pela equipa do arqueólogo Gino Caspari, da Universidade de Berna, numa zona pantanosa situada na região de Tuva, Rússia, depois de estudar imagens de satélite.
Os investigadores da Academia de Ciências da Rússia confirmaram que se trata de um complexo funerário muito antigo: pertence à época de transição da Idade do Bronze para a Idade do Ferro, ou seja, aproximadamente, aos séculos IX e VIII a. C.
O enorme complexo de túmulos perfeitamente preservado no pergelissolo (tipo de solo constituído por terra, gelo e rochas permanentemente congelados) é mais amplo que um campo de futebol e é provável que abrigue os restos de vários reis citas, de acordo com a recente publicação na revista Archaeological Research in Asia.
Contudo, são necessárias mais escavações arqueológicas para estabelecer com mais precisão o que se encontra neste local.
Os citas eram um povo guerreiro nómada, caracterizado por uma cultura baseada no pastoreio e na criação de cavalos de montanha. Este povo dominou uma vasta zona da Eurásia deste aproximadamente o século IX até ao primeiro século antes de Cristo.
Os citas não construíram nenhum abrigo e não deixaram nenhum registo escrito. Por isso, os arqueólogos têm recolhido o pouco que se sabe sobre este povo a partir dos túmulos dos seus líderes, que tinham uma aparência caucasiana e usavam barba, factos depreendidos a partir das joias encontradas.
Contudo, sabe-se que estes foram os primeiros a apostar na cavalaria nas batalhas e eram, de facto, mestres da guerra. Segundo o historiador e geógrafo Heródoto, bebiam vinho dos crânios dos seus inimigos.
Os túmulos encontradas até ao momento estavam repletos de peças de ouro.
Os citas são um dos povos que serviu de inspiração a George R.R. Martin para criar os dothraki em “Game of Thrones”.