Donald Tusk, presidente do Conselho Europeu, reiterou que a União Europeia continua de coração aberto se o Reino Unido quiser voltar atrás no Brexit.
“Se o Governo britânico mantiver a sua decisão de sair, o Brexit tornar-se-á uma realidade – com todas as suas consequências negativas – em março do próximo ano. A não ser que os nossos amigos britânicos mudem de ideias”, disse Tusk, acrescentando que a Europa “não muda de ideias. Os nossos orações continuam abertos“.
O presidente do Conselho Europeu lembrou ainda que foi o negociador britânico para o Brexit, David Davis, o próprio a referir que “se uma democracia não pode mudar de ideias, então deixa de ser uma democracia”.
Até outubro, as negociações para o Brexit deverão estar concluídas, de modo a que sejam depois ratificadas pelos parlamentos nacionais atempadamente.
“Precisamos de maior clareza sobre a visão do Reino Unido e só quando a tivermos é que os líderes dos 27 se vão reunir para decidir sobre como a UE vê as futuras relações”, acrescentou, lembrando que “o trabalho mais difícil ainda está por fazer”.
Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, Boris Johnson, considerou, numa entrevista , que “não seria boa ideia” realizar um segundo referendo sobre o ‘Brexit’ como sugeriu o ex-líder do eurocético Partido da Independência do Reino Unido (UKIP) Nigel Farage.
Johnson, que está no Canadá para participar numa reunião internacional sobre a ameaça nuclear norte-coreana, recusa que os britânicos estejam a implorar por nova consulta e disse acreditar que, se houvesse novo referendo, o resultado seria ainda mais favorável à saída do país da UE.