O supervulcão adormecido de Nápoles engoliu uma família

Ciro Fusco / EPA

Um rapaz de 11 anos e os pais morreram, esta terça-feira, depois de terem caído num poço do vulcão de Solfatara di Pozzuoli, perto de Nápoles, em Itália.

De acordo com o The Guardian, a família estava a visitar Solfatara di Pozzuoli, um dos 40 vulcões dos Campos Flégreos muito frequentada por turistas, quando a criança entrou numa zona proibida e escorregou num poço com três metros de profundidade.

As autoridades pensam que o menor tenha desmaiado por causa dos gases da cratera. Os pais entraram para tentar salvá-lo mas a cratera acabou por colapsar. O outro filho do casal, de sete anos, apercebeu-se da situação e foi pedir ajuda. Foi o único sobrevivente e ficou à responsabilidade dos assistentes sociais até os avós chegarem.

Armando Guerriero, dono do bar que se encontra na entrada do local turístico, diz que a criança “estava a chorar e a chamar pela mãe”. “Nos 40 anos que trabalhei aqui, nunca tinha visto nada assim”, conta.

“Ou houve uma pequena explosão, ou o chão da cratera simplesmente colapsou com o peso dos três”, afirmou o porta-voz dos bombeiros, Luca Cari. As autoridades acrescentam ainda que as vítimas parecem ter morrido por asfixia, provavelmente provocada pelos gases que emanam do solo.

As vítimas são Tiziana Zaramella, de 42 anos, Massimiliano Carrer, de 45, e o seu filho de 11 anos Lorenzo, que eram naturais de Turim mas viviam atualmente perto de Veneza.

Solfatara di Pozzuoli, que entrou em erupção pela última vez em 1198, é um dos 40 vulcões da caldeira vulcânica dos Campos Flégreos, perto de Nápoles, considerada uma verdadeira “bomba-relógio” por muitos especialistas e que pode acordar a qualquer momento.

Se isso acontecer, a região será palco de uma violenta erupção. A pressão dos gases no magma está a aproximar-se de valores críticos e o próprio magma está a subir, mas é impossível prever se ou quando a erupção ocorrerá.

O alerta de nível amarelo foi introduzido na região em 2012, perante a ameaça de erupção iminente dessa caldeira vulcânica. De acordo com o vulcanólogo Giuseppe Mastrolorenzo, quando a situação atingir o nível vermelho – o mais perigoso – não será possível salvar a população se não existir um plano oficial concreto de evacuação ou, pelo menos, recomendações gerais para coordenar o processo.

Segundo defendem alguns cientistas, uma forte erupção deste vulcão poderá ter sido a razão da extinção dos Neandertais, há cerca de 40 mil anos atrás. A última erupção aconteceu em 1538.

ZAP //

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