Agência que levou estudante a Pyongyang não aceita mais turistas americanos

(dv) KNS / KCNA

O estudante norte-americano Otto Warmbier, de 22 anos, detido em 2016 pela Coreia do Norte

O estudante norte-americano Otto Warmbier, de 22 anos, detido em 2016 pela Coreia do Norte

A agência de viagens que organizou a visita à Coreia do Norte de Otto Warmbier, estudante norte-americano que morreu depois de ter sido libertado em coma, afirmou que não incluirá mais cidadãos dos Estados Unidos nas suas visitas.

Numa mensagem difundida através do Facebook, a Young Pioneer Tours afirma que a morte do jovem de 22 anos demonstra que o risco de os turistas norte-americanos visitarem o país “tornou-se demasiado alto”.

“Continua a quase não existir qualquer informação sobre o período em que esteve detido”, afirmou a empresa. “Tendo em conta estes factos e o desfecho trágico, não iremos mais organizar visitas para cidadãos norte-americanos à Coreia do Norte”, acrescentou.

Otto Warmbier morreu esta segunda-feira, dias depois de ter sido libertado pelas autoridades norte-coreanas, que o condenaram, em março de 2016, a 15 anos de trabalhos forçados por “crimes contra o Estado” da Coreia do Norte.

O estudante de Economia da Universidade da Virgínia foi detido por tentar roubar um cartaz de propaganda política do hotel onde estava hospedado, em Pyongyang, acusado de “atividades hostis” e conspiração contra a unidade da Coreia do Norte.

A agência de viagens disse que lhe foi negada qualquer oportunidade para se encontrar com Warmbier, depois de ter sido detido, e que a forma como as autoridades trataram o seu caso “foi chocante”.

Com sede na cidade chinesa de Xi’an, a Young Pioneer Tours é uma das raras agências de viagem especializadas em organizar visitas à Coreia do Norte.

Outras agências conhecidas por organizar visitas ao país, incluindo a Koryo Tours, que foi fundada por expatriados ingleses em Pequim, e a Uri Tours, que tem escritórios em Nova Jersey, nos Estados Unidos, e Xangai, disseram esta semana que estão a “rever” as suas políticas para cidadãos norte-americanos.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, já sugeriu impor uma interdição a todos os cidadãos de visitar o país.

A China, o mais importante aliado internacional do regime de Kim Jong-un, é de longe o maior emissor de turistas para a Coreia do Norte.

Warmbier estava entre os cinco mil não chineses que visitam a Coreia do Norte todos os anos, em programas que incluem Pyongyang, a zona desmilitarizada entre as duas Coreias ou a montanha de Myohyang, além de outras cidades.

A agência organiza ainda viagens ao Irão, Turquemenistão e Chernobyl, na Ucrânia, onde ocorreu um desastre nuclear, em 1986.

Três outros norte-americanos continuam detidos na Coreia do Norte, acusados de crimes contra o regime de Pyongyang.

O Governo norte-americano diz que a Coreia do Norte usa os detidos como reféns políticos.

Pyongyang acusa Washington e Seul de enviar espiões para derrubar o seu Governo.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.