Paquistanês condenado à morte por blasfémias no Facebook

Um homem paquistanês, de 30 anos, foi condenado à morte por “blasfémia” pelos comentários sobre o profeta Maomé que publicou no Facebook.

De acordo com o jornal Times of India, Taimoor Raza foi detido numa paragem de autocarro, depois de um agente da unidade Anti-Terrorismo encontrar publicações com conteúdo de ódio no seu telemóvel.

O caso aconteceu o ano passado e foi julgado por um tribunal especializado neste tipo de ilícitos penais em Bahawalpur, a cerca de 500 quilómetros da capital, Islamabad.

“Acredito que esta seja a primeira vez que a pena de morte foi atribuída num caso relacionado com as redes sociais”, disse o procurador envolvido no caso.

“Condenar e sentenciar alguém à morte por alegadamente ter publicado blasfémias online é uma violação de direitos humanos e cria um precedente muito perigoso”, afirma Nadia Rahman, responsável pela Amnistia Internacional no Paquistão.

Em março, o governo do Paquistão criticou a blasfémia no facebook e chegou ainda a proibir esses conteúdos. O primeiro-ministro do país, Nawaz Sharif, definiu a blasfémia como uma “ofensa imperdoável” e disse que o governo iria bloquear sites e redes sociais que “se recusassem a colaborar”.

“Estamos muito tristes e preocupados com a sentença de morte atribuída no Paquistão devido a uma simples publicação. O Facebook usa sistemas e ferramentas para manter as contas e informações dos utilizadores seguras. Não fornecemos a nenhum governo o acesso direto aos dados das pessoas e vamos continuar a proteger a nossa comunidade de uma intervenção governamental desnecessária ou excessiva”, disse o Facebook em comunicado.

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