O movimento político de Emmanuel Macron apresentou esta quinta-feira 428 candidatos da “maioria de mudança” às legislativas de Junho, lista que não inclui o ex-primeiro-ministro socialista Manuel Valls, que não cumpre os critérios definidos pelo movimento para os seus candidatos.
“Nunca um movimento político francês com 13 meses de existência teve a audácia de ter 52% dos seus candidatos civis, sem currículo profissional na política”, declarou o secretário-geral do movimento A República Em Marcha, Richard Ferrand, em conferência de imprensa. “A promessa de renovação está assim cumprida”, acrescentou.
O ex-primeiro-ministro Manuel Valls, que centrou as atenções nos últimos dias por abandonar o Partido Socialista para se juntar a Macron, não é candidato pelo A República em Marcha, por não cumprir os critérios definidos pelo movimento da “maioria de mudança”, mas foi encontrada uma solução de compromisso.
Manuel Valls “já fez três mandatos parlamentares” sucessivos, pelo que não pode candidatar-se pelo movimento, segundo uma regra “conhecida desde 19 de Janeiro”, definida para assegurar a renovação política.
Mas porque “não se fecha a porta na cara a um ex-primeiro-ministro“, o A República em Marcha não vai apresentar um candidato contra Valls na sua circunscrição de Essone, disse Ferrand.
“Estou determinado a envergar as cores do progresso, aqui, e de qualquer forma estarei envolvido na maioria presidencial“, disse Valls à televisão BFM-TV, explicando que vai candidatar-se para, mesmo sem integrar as listas de Macron, apoiar a política do novo presidente.
Os 428 candidatos apresentados hoje foram escolhidos entre “19.000 processos” de candidatura recebidos pelo movimento. Mais de metade (52%) são da sociedade civil, “no sentido de que nunca exerceram um mandado por eleição“, explicou Ferrand.
A lista obedece também a uma “real paridade”, com 214 candidatas mulheres e 214 candidatos homens.
A maioria (93%) trabalha, 2% estão à procura de emprego, 4% são reformados e 1% estudantes. A média de idades é 46 anos, a candidata mais nova tem 24 anos e a mais velha 72, precisou.
O movimento conta apresentar o resto das candidaturas mais tarde, para completar as 577 circunscrições, pois, segundo Ferrand, “é preciso dar espaço à recomposição em curso da paisagem política francesa”.
// Lusa