Esta terça-feira, em Kiev, Salvador Sobral representa Portugal, com a música “Amar pelos dois”, na primeira semifinal da edição deste ano do Festival Eurovisão da Canção, marcada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
As duas semifinais decorrem na terça e na quinta-feira e a final do concurso está agendada para sábado. Em cada semifinal participam concorrentes de 18 países e a final é disputada por representantes de 26 países: os 20 qualificados nas semifinais, os denominados ‘Cinco Grandes’ (França, Alemanha, Itália, Espanha e Reino Unido) e o anfitrião (Ucrânia).
A primeira semifinal e a final serão emitidas em direto, a partir das 20:00, e a segunda semifinal em diferido, pelas 22:00, na RTP.
“Amar pelos dois“, composta por Luísa Sobral, venceu a 6 de março a final do Festival da Canção, que decorreu no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, e que foi disputada por oito canções. Salvador Sobral parte no domingo para Kiev, onde já está Luísa Sobral, que tem substituído o irmão nos ensaios.
Com a canção “Amar pelos dois”, Portugal regressa à Eurovisão, após um ano de ausência, onde se estreou em 1964. A melhor classificação portuguesa no concurso foi um sexto lugar em 1996, com a canção “O meu coração não tem cor”, interpretada por Lúcia Moniz. A última vez que Portugal competiu numa final do Festival Eurovisão foi em 2010.
Este ano, Portugal poderá obter um dos melhores resultados de sempre, a avaliar pelas apostas e pelas reações que têm sido difundidas nas redes sociais ou o destaque dado ao cantor português por meios de comunicação social estrangeiros.
Na quarta-feira, esctoday, site que reúne informação sobre o concurso, dava conta da subida de Portugal nas apostas: “A subida de Salvador Sobral coloca Portugal como terceiro favorito numa média das várias casas de apostas”, refere o ‘site’, acrescentando que Portugal, tal como a Bulgária e a Suécia têm probabilidades entre seis a 12 para um.
Recentemente, o diário espanhol El País publicou uma entrevista com Salvador Sobral e jornais como os britânicos Daily Express, Metro e The Sun ou o espanhol El Mundo deram destaque ao cantor e à canção portuguesa.
Segundo o Metro, “o mundo está a apaixonar-se pela melhor música de sempre” de Portugal no Festival Eurovisão da Canção.
À parte da participação portuguesa, esta edição do Festival Eurovisão da Canção ficará marcada pelo conflito entre a Ucrânia e a Rússia.
A 13 de abril, a Rússia anunciou que não iria participar na edição deste ano do concurso após a Ucrânia ter impedido a entrada da concorrente russa em território ucraniano.
De acordo com a Agência France Presse, a cantora Yulia Samoylova está proibida de entrar na Ucrânia durante três anos, por ter dado um concerto na Crimeia em junho de 2015, após a anexação russa daquela península em 2014.
Entretanto, a organização do festival sugeriu à Rússia a possibilidade de participar no festival com uma atuação via satélite, algo que foi imediatamente rejeitado.
A cadeia de televisão russa Perviy Kanal anunciou na quinta-feira que não irá emitir o concurso devido à interdição. Depois deste anúncio, a organização do Festival Eurovisão divulgou que a Rússia “não está em condições de participar na competição deste ano”.
Além disso, a organização do festival, que insiste na participação da cantora russa, ameaçou excluir a Ucrânia das próximas edições do concurso se Kiev insistir em proibir a entrada de Yulia Samoylova no país.
ZAP // Lusa