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Eurovisão ameaça banir a Ucrânia se Kiev impedir a Rússia de participar

A União Europeia de Radiodifusão (UER) ameaçou banir a participação da Ucrânia em edições futuras do Festival Eurovisão da Canção, caso Kiev não retire a proibição da entrada no país da representante russa no concurso.

A diretora-geral da UER, Ingrid Deltenre, considerou “inaceitável” a interdição colocada à cantora Julia Samoylova.

Nenhum outro país anfitrião impediu a atuação de um artista no Festival Eurovisão da Canção e a UER não vai abrir um precedente em 2017”, afirmou a responsável, que tornou conhecidas as suas preocupações numa carta enviada ao primeiro-ministro ucraniano, a que o jornal Kiev Vlast teve acesso.

Na correspondência endereçada a Volodymyr Groysman, Deltenre alertou que a delegação ucraniana pode vir a ser excluída de eventos futuros e acrescentou que, caso a proibição não seja retirada, “irá certamente ter um grande impacto negativo na reputação internacional da Ucrânia, enquanto nação europeia moderna e democrática.

Estamos frustrados e zangados com o facto de a competição deste ano estar a ser utilizada como uma arma no confronto constante entre a Rússia e a Ucrânia”, lamentou.

A Ucrânia barrou a entrada da concorrente russa no país durante três anos. A decisão foi fundamentada numa viagem que Samoylova fez à Crimeia para se apresentar num concerto em 2015. A entrada no território, que foi anexado por Moscovo em 2014, foi considerada ilegal por não ter sido efetuada através da fronteira ucraniana.

Como resposta à ação de Kiev, a UER propôs que a voz de Flame is Burning se apresentasse no festival numa transmissão por satélite, mas a ideia foi recusada pelo Channel One.

O canal público russo rejeitou a proposta e afirmou: “Achamos a oferta de participação remota estranha e rejeitamo-la, porque é absolutamente contrária à essência do evento.

A carta da organização sublinha a intenção apaziguadora da UER e a sua vontade de se focar no evento e abstrair-se da política. Mas nesta altura é incerto qual será o desfecho deste conflito, que é fundamentalmente de natureza política.

A participação russa no certame continua a ser uma incógnita. Samoylova, finalista na edição russa do X Factor em 2013, revelou estar calma face à decisão de Kiev. Em entrevista à estação pública russa afirmou “não estar chateada” com a situação.

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