Marine Le Pen acusada de plagiar discurso de Fillon (e diz que fez de propósito)

Thibault Vandermersch / EPA

A candidata da extrema-direita às presidenciais francesas, Marine Le Pen, está a ser acusada de ter plagiado, esta segunda-feira, um discurso feito por François Fillon no dia 15 de abril, em Puy en Velay.

No discurso, Fillon citou o antigo primeiro-ministro Georges Clemenceau e o escritor Andre Malraux, para falar sobre a geografia e a identidade francesa.

“Os Pirinéus em primeiro lugar, que colocam a França nesse imenso conjunto que é o mundo hispânico e latino, a fronteira dos Alpes que vai até Itália, nossa irmã e depois, mais além, a que vai até à Europa central, balcânica e oriental”, afirmou Fillon.

O candidato conservador de direita que foi derrotado na primeira volta em abril, disse também que no estrangeiro se aprende francês, “às vezes pagando muito, na Argentina ou na Polónia”, e que há listas de espera na Aliança Francesa de Xangai, Tóquio e México, ou no Liceu Francês de Rabat e de Roma.

“Se Paris é o primeiro destino turístico a nível mundial é porque a França é mais do que uma potência industrial, agrícola e militar”, destacou Fillon.

Através do vídeo divulgado no Twitter pela Ridicule TV, é possível observar as semelhanças entre os discursos de Marine Le Pen e François Fillon, proferidos com 15 dias de diferença.

Pour parler de la France, Marine Le Pen est obligée de plagier MOT POUR MOT un discours de Fillon … 😱 #Imposture pic.twitter.com/BasTJsgLWf

— Ridicule TV (@RidiculeTV) May 1, 2017

No entanto, o vice-presidente da Frente Nacional, Florian Philippot, rejeita as acusações de plágio e diz que se tratou de um “piscar de olhos” ao discurso de Fillon, que demonstra que Marine Le Pen é uma candidata “unitária e não sectária”.

Esta polémica permite relembrar um episódio idêntico que ocorreu nos Estados Unidos, em que a mulher de Donald Trump, Melania, terá plagiado um discurso de Michelle Obama, a mulher do ex-presidente Barack Obama.

As eleições presidenciais francesas, que opõem Marine Le Pen a Emmanuel Macron, estão marcadas para o próximo domingo, 7 de maio.