O presidente da Uber deixou esta sexta-feira o fórum estratégico de empresários encarregados de aconselhar o Presidente norte-americano, uma forma de contornar a polémica que pedia o boicote à sua aplicação.
“Falei hoje brevemente com o Presidente sobre o seu decreto sobre imigração e os problemas para a nossa comunidade. Informei-o também de que não posso participar no seu conselho económico”, anunciou Travis Kalanick aos funcionários da Uber numa comunicação interna, a que a agência France Press teve acesso.
O patrão da Uber acrescentou que “integrar o grupo não significa uma validação do Presidente ou da sua agenda, mas infelizmente foi mal interpretado“.
Donald Trump suspendeu por decreto a entrada nos Estados Unidos de cidadãos originários de sete países de maioria muçulmana (Irão, Iraque, Iémen, Somália, Sudão, Síria e Líbia) e de todos os refugiados, enquanto revê os critérios de concessão de visto.
Este decreto provocou uma onda de protestos, em particular no setor tecnológico, com os dirigentes da Google, Microsoft, Facebook, Apple, Amazon e Netflix a exprimirem preocupação.
Mas, no fim-de-semana, aproveitando um protesto solidário dos taxistas contra a lei anti-imigração, que se recusaram a levar clientes aos aeroportos, a Uber baixou as tarifas, o que foi visto pelos utilizadores como uma forma de lucrar com a situação.
Foi a partir daí que surgiu um movimento que pedia o boicote à aplicação e, graças à hashtag #DeleteUber a correr nas redes sociais, milhares de pessoas apagaram a app dos seus telefones.
O presidente da empresa já garantiu que tudo não passou de um “mal entendido” e tenta agora remediar as consequências deste episódio.
Além da saída do grupo de conselheiros de Trump, Kalanick também já anunciou a criação de um fundo de três milhões de dólares para ajudar os motoristas da sua empresa que venham a ser afetados pela ordem do novo Presidente.
Além do CEO da Uber, também foram convidados para entrar neste fórum estratégico o fundador da Tesla, Elon Musk, a diretora executiva da PepsiCo, Indra Nooyi, o presidente da Walt Disney Company, Bob Iger, e o CEO da IBM Ginni Rometty.
ZAP // Lusa / Canal Tech