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Gémeas nascem com tons de pele diferentes nos EUA

As duas gémeas, agora com quase um ano de idade, roubam todas as atenções por qualquer sítio onde passam graças às suas diferenças físicas. Jarani tem pele negra e olhos castanhos e Kalani tem pele branca e olhos azuis.

Os pais, Whitney Meyer e Tomas Dean, chamam as filhas de “bebés milagre” e, na sua perspetiva, as duas são a prova viva de porque é que o racismo não devia existir.

Meyer é caucasiana e Dean é afrodescendente. No dia do nascimento das filhas, a 23 de abril de 2016, a norte-americana conta que os dois foram totalmente surpreendidos quando viram a diferença da cor de pele das bebés.

Enquanto Kalani herdou os genes da mãe – tom de pele claro e olhos azuis -, Jarani herdou os genes de pele e olhos escuros do pai. “Nesta família, não vemos cor. Amor é amor”, disse numa entrevista à revista People.

“Quando vi a Kalani pela primeira vez achei que tinha albinismo. Perguntei aos médicos e eles disseram-me logo que não. Achei que a cor ia acabar por chegar mais tarde, algo que não aconteceu”, lembra. “É muito raro”.

1 em 500 gémeos de casais de raças diferentes

Em declarações à BBC, o especialista em genética Jim Wilson confirma isso mesmo. O médico dá como exemplo o Reino Unido, onde casais de raças diferentes que esperam gémeos têm uma hipótese em 500 de ter bebés com diferentes tons de pele.

No entanto, Nancy Segal, diretora do Centro de Estudos de Gémeos da Universidade do Estado da Califórnia, acredita que, com o passar dos anos, este fenómeno vai começar a ser mais natural. “Acho que isto vai começar a acontecer com mais frequência porque se veem cada vez mais relacionamentos de pessoas de raças diferentes”.

Segal explica que a cor da pele é determinada por muitos genes diferentes. “Uma criança pode herdar alguns genes do pai e da mãe, enquanto que a outra herda o conjunto de genes de apenas um. Isso explica a diferença nos tons de pele. Gémeos podem ser completamente diferentes um do outro”, afirma.

As duas já têm um irmão mais velho, Talan, de 7 anos, fruto de outro relacionamento de Meyer. “Ele é o melhor irmão mais velho. Não vê nenhuma diferença e é totalmente indiferente à questão da cor”, conta.

As pessoas deste país podiam aprender muita coisa com o meu filho. Ele é tão inocente, não sabe nada sobre tensões raciais, porque para ele isso não importa, como não deveria importar para ninguém”, defende.

Pouco antes do nascimento das gémeas, em julho de 2014, a família perdeu o filho do meio, Pravyn, de dois anos, vítima de afogamento. Meyer diz que as duas trouxeram muita alegria à família e agradece todo o apoio que tem recebido nas redes sociais.

“Aquece-me o coração ver a resposta que tenho tido em relação às minhas filhas. Devolve a minha fé na humanidade num momento em que este país precisa realmente disso”.

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