Portugal foi o país da área do euro com mais pagamentos realizados com cartão em percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) em 2014, segundo os dados divulgados pelo Banco de Portugal (BdP).
Em Portugal, essa percentagem ascendeu a 35,5%, bastante acima da média de 13,4% da zona do euro, com os números a serem relativos a 2014 já que só são fechados em setembro de cada ano.
Quanto aos indicadores de 2015, o banco central salientou que “os pagamentos de retalho registaram um crescimento, em valor e em número, refletindo a evolução do consumo privado em Portugal”.
De resto, de acordo com o relatório dos sistemas de pagamento de 2015, o recurso aos pagamentos eletrónicos voltou a aumentar, tendo sido liquidadas 2.205 milhões de operações no valor de 358 mil milhões de euros, respetivamente mais 4,8% e 5,5% em relação a 2014, refletindo o aumento do consumo privado.
No total, houve 1.885,6 milhões de operações Multibanco, no valor de 99,4 mil milhões de euros, respetivamente mais 6,4% e 5,1% do que em 2014.
As compras foram o principal tipo de operação realizado, correspondendo a 47% do número de operações e 35% do valor.
E as compras internacionais estiveram em destaque, “em linha com o crescimento do turismo em Portugal”, sublinhou o BdP, tendo registado taxas de crescimento de 23,3% em número (34 milhões) e de 15,9% em valor (2,8 mil milhões de euros).
Foram também efetuadas 121,8 milhões de transferências a crédito, no valor de 174,4 mil milhões de euros, respetivamente mais 3,1% e 13,4% do que no ano anterior.
Quanto aos débitos diretos, houve reduções de 6,6% em número e de 5,4% em valor, em resultado da integração de Portugal na Área Única de Pagamentos em Euros (SEPA), que permitiu que alguns credores nacionais passassem a fazer as suas cobranças através de bancos estrangeiros.
Já a utilização do cheque voltou a decrescer em 2015 (-11,1% em número e 8% em valor), tendo caído também o número de entidades constantes da listagem de utilizadores de cheque que oferecem risco (LUR) gerida pelo BdP: a 31 de dezembro, a LUR era composta por 23.124 entidades, menos 24% do que em 2014.
“Os instrumentos de pagamento em Portugal são altamente fiáveis e o mercado de pagamentos em Portugal está alinhado com as melhores práticas internacionais”, destacou o BdP.
As operações de pagamento de retalho devolvidas, rejeitadas ou revogadas, foram residuais (0,11% do número de transações com cartão, 0,13% das transferências a crédito, e 0,4% dos cheques).
A insuficiência de fundos continuou a ser o principal motivo das rejeições e das devoluções dos pagamentos.
// Lusa