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Ingerir vitamina D não reduz riscos de doenças ou fracturas

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sean dreilinger / Flickr

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Um estudo realizado por cientistas neo-zelandeses sugere que há pouca ou nenhuma razão para ingerir vitamina D como forma de reduzir o risco de doenças ou fracturas.

A investigação foi publicada na revista científica Lancet. Os cientistas analisaram 100 pacientes e descobriram que não houve diminuição significativa do risco em qualquer área do corpo humano com a ingestão da vitamina.

Os cientistas acrescentaram no entanto que mais dados são necessários para comprovar as descobertas, e acrescentaram que grupos de risco, como bebés, mulheres grávidas e idosos, ainda devem ser aconselhados a tomar o medicamento.

A equipa responsável pela pesquisa, da Universidade de Auckland, na Nova Zelândia, já tinha anteriormente realizado um estudo que mostrou que os suplementos de vitamina D não tiveram efeito na densidade mineral dos ossos.

Na altura, foi feita uma análise minuciosa de testes clínicos aleatórios de ingestão de vitamina D, com ou sem cálcio, tendo sido descoberto que os suplementos de vitamina D não alteram significativamente o risco de enfarte ou outras doenças cardiovasculares, derrame cerebral, cancro e fracturas.

De acordo com os cientistas, os pacientes hospitalizados que ingeriram a substância apresentaram um risco de fractura dos quadris inferior a 15% – patamar considerado baixo para justificar a ingestão da vitamina D.

A mesma investigação foi feita com pacientes saudáveis. Quando tomaram cálcio, também não apresentaram nenhum fortalecimento dos ossos.

O estudo afirmou que “não há certeza se a vitamina D, com ou sem cálcio, reduz o risco de morte”.

“De acordo com as nossas descobertas, há pouca ou nenhuma razão para prescrever suplementos de vitamina D para prevenir enfarte do miocárdio ou doença de coração isquémica, AVC ou doenças vasculares cerebrais, cancro, ou fracturas”.

As fontes de vitamina D mais comuns são os óleos de fígado de peixes e alimentos derivados do leite, como manteiga e queijos gordurosos, além da exposição ao sol.

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Cautela

Karl Michaelsson, do departamento de ciências cirúrgicas da Universidade de Uppsala, na Suécia, afirma entretanto, que ainda há um debate sobre os eventuais benefícios de saúde envolvendo a ingestão de suplementos em casos de deficiência de vitamina D.

“A impressão que muitas pessoas têm é que altas doses de vitamina D ajudam a melhorar a saúde”, critica Michaelsson.

Para o investigador, enquanto não houver informações suficientes que justifiquem os benefícios, o melhor a fazer é manter cautela em relação à ingestão da substância.

Enquanto alguns especialistas em nutrição afirmam que a falta da vitamina é responsável por inúmeras doenças, como fracturas, cancro, doenças cardiovasculares ou diabetes, outros dizem que a deficiência é, na verdade, o resultado – e não a causa – da deterioração da saúde de um indivíduo.

Para Colin Michie, consultor em pediatria e presidente da comissão de nutrição da Royal College of Paediatrics and Child Health, o estudo comprova que “a vitamina D pode até gerar benefícios, mas eles não são tão relevantes”.

Michie recomenda no entanto cautela aos médicos, bem como aos pacientes.

“Os médicos não devem exagerar a pedir exames de sangue para detectar uma possível carência da vitamina no organismo dos pacientes”, diz Michaelsson.

“Em vez disso, as pessoas saudáveis têm de comer mais peixe, prestar atenção à sua dieta e a seu estilo de vida”, acrescenta o especialista.

Entre os que apresentam maior insuficiência de vitamina D, estão as crianças abaixo de cinco anos, mulheres grávidas e em fase de amamentação e idosos com mais de 65 anos, além das pessoas que têm pouca exposição ao sol.

Recentemente, estudos mostraram que indivíduos com a pele mais escura, tais como africanos, caribenhos e asiáticos naturais do Sudeste da Ásia, ou mesmo pessoas que usem roupas que cobrem todo o corpo, ou com pele mais pálida, também se incluem no grupo de risco.

ZAP / BBC

1 Comment

  1. Claro que não. Para se ter os beneficios da toma de vitaminas há que saber tomá-las e,inclusive, saber qual a melhor combinação de vitaminas e doses a tomar.

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